Livro de Enoque

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O Livro de Enoque

(Tradução livre para a língua portuguesa por Elson C. Ferreira, Curitiba/Brasil, 2003)



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Capítulo 1

  1. As palavras das bênçãos de Enoque, com as quais ele abençoou os eleitos e os justos, os quais devem existir nos tempos da tribulação, rejeitando toda iniquidade e mundanismo. Enoque, um homem justo, o qual estava com Deus, respondeu e falou com Deus enquanto seus olhos estavam abertos, e enquanto via uma santa visão dos céus. Isto os anjos me mostraram.

  2. Deles eu ouvi todas as coisas, e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta geração, mas numa geração que deve surgir num tempo distante, por causa dos eleitos.

  3. A respeito deles eu falei e conversei com Ele, o qual virá de Sua habitação — o Santo e Poderoso, o Deus do mundo —

  4. O qual pisará sobre o Monte Sinai, aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a força do Seu poder dos céus.

  5. Todos estarão temerosos, e as Sentinelas estarão aterrorizadas.

  6. Grande temor e tremor se apoderarão deles, mesmo até os confins da terra. As alturas das montanhas serão abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na chama de fogo. A terra será imersa, e todas as coisas que nela estão perecerão; enquanto o julgamento virá sobre todos, até mesmo sobre todos os justos.

  7. Mas a eles será dada paz: Ele preservará os eleitos, e para com eles exercerá clemência.

  8. Então todos pertencerão a Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará.

Capítulo 2

  1. Eis que Ele vem com dezenas de milhares dos Seus santos, para executar julgamento sobre os pecadores, destruir o iníquo e reprovar toda coisa carnal, toda coisa pecaminosa e mundana que foi feita e cometida contra Ele.
    (2) Citado por Judas, versículos 14 e 15.

Capítulo 3

  1. Todos os que estão nos céus sabem o que transcorre lá.

  2. Eles sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos; que cada uma nasce e se põe regularmente, cada uma a seu próprio tempo, sem transgredir os mandamentos que receberam. Eles veem a visão da terra e entendem o que deve acontecer, desde o princípio até o seu fim.

  3. Eles veem que toda obra de Deus é invariável no período de seu aparecimento. Eles veem o verão e o inverno, percebendo que toda a terra está repleta de água, e que a nuvem, o orvalho e a chuva a refrescam.


Capítulo 4

  1. Eles consideram e veem cada árvore, como aparecem para depois murchar, e toda folha, para depois cair — exceto quatorze árvores, as quais não são efêmeras e esperam pelo aparecimento das folhas novas por dois ou três invernos.


Capítulo 5

  1. Novamente, eles consideram os dias de verão, quando o sol está sobre a terra desde o princípio; enquanto tu procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente; enquanto a terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar sobre a terra ou sobre as rochas, em consequência do calor.

Capítulo 6

  1. Eles consideram como as árvores, quando dão suas folhas verdes, cobrem-se e produzem frutos; entendendo tudo e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas coisas por causa de vós.

  2. Que as obras desde o princípio de todo ano existente, que todas as Suas obras são obedientes a Ele e invariáveis; assim como Deus determinou, assim todas as coisas acontecem.

  3. Eles veem também como os mares e os rios juntos completam suas respectivas operações.

  4. Mas tu resistes impacientemente, não cumpres os mandamentos do Senhor, mas transgredes e calunias a Sua grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua majestade.

  5. Tu, murcho de coração, a paz não estará contigo!

  6. Portanto, teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida perecerão; execração perpétua se multiplicará, e não obterás misericórdia.

  7. Nestes dias, tu resignas tua paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores perpetuamente te execrarão;

  8. Eles te execrarão com tudo o que não é divino.

  9. Os eleitos possuirão luz, alegria e paz; e herdarão a terra.

  10. Mas tu, que não és santo, serás amaldiçoado.

  11. Então a sabedoria será dada aos eleitos — todos os que viverão — e não transgredirão por impiedade ou orgulho, mas humilhar-se-ão, possuindo prudência, e não repetirão transgressão.

  12. Eles não condenarão todo o período de suas vidas, não morrerão em tormento e indignação; mas a soma dos seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua felicidade se multiplicarão em alegria, e com paz, para sempre, em toda a duração de sua existência.

Capítulo 7

  1. E aconteceu, depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhes filhas, elegantes e belas.

  2. E quando os anjos — os filhos dos céus — viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos.

No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of Qumran Cave 4, Oxford: Clarendon Press, 1976, p. 167).

  1. Então seu líder, Samyaza, disse-lhes: Eu temo que talvez vos indisponhais na realização deste empreendimento;

  2. E que só eu sofra por tão grave crime.

  3. Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos;

  4. E amarraram-se por mútuos juramentos, que não mudariam sua intenção, mas executariam seu empreendimento projetado.

  5. Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais desceram sobre Ardis, o qual é o topo do Monte Armon.

De Ardis. Ou “nos dias de Jared” (R.H. Charles, ed. and trans., The Book of Enoch, Oxford: Clarendon Press, 1893, p. 63).

  1. Aquele monte, portanto, foi chamado Armon, porque sobre ele juraram, e amarraram-se por mútuo juramento.

Monte Armon, ou Monte Hermon, deriva seu nome do hebraico "herem", uma maldição (Charles, p. 63).

  1. Estes são os nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder; Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes estavam todos com eles.

O texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou Sentinelas: Semihazah, Artqoph, Ramtel, Kokabel, Ramel, Danieal, Zeqiel, Baraqel, Asael, Hermoni, Matarel, Ananel, Stawel, Samsiel, Sahriel, Tummiel, Turiel, Yomiel, Yhaddiel (Milik, p. 151).

  1. Então eles tomaram esposas, cada um escolhendo por si mesmo; as quais começaram a abordar, e com as quais coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos e a divisão de raízes e árvores.

  2. E as mulheres conceberam e geraram gigantes.

O texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego acrescenta a esta seção: "E elas [as mulheres] geraram a eles [as Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram [alguns dizem “mataram”] os Naphelim, e os Naphelim trouxeram [ou “mataram”] os Elioud. E eles sobreviveram, crescendo em poder de acordo com sua grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.

  1. Cuja estatura era de trezentos cúbitos. Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia, e tornou-se impossível alimentá-los;

  2. Então eles voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los;

  3. E começaram a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um do outro, e para beber seu sangue.

“Sua carne, um do outro.” Ou: “de uma outra carne”. R.H. Charles nota que esta frase pode referir-se à destruição de uma classe de gigantes por outra (Charles, p. 65).

  1. Então a terra reprovou os injustos.

Capítulo 8

  1. Além disso, Azazyel ensinou aos homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou peitorais), a fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de pinturas, o embelezamento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas e toda sorte de corantes, para que o mundo fosse alterado.

  2. A impiedade foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos os seus caminhos.

  3. Amazarak ensinou todos os sortilégios e divisores de raízes;

  4. Armers ensinou a solução de sortilégios;

  5. Barkayal ensinou os observadores das estrelas;

Observadores das estrelas: astrólogos (Charles, p. 67).

  1. Akibeel ensinou os sinais;

  2. Tamiel ensinou astronomia;

  3. E Asaradel ensinou o movimento da lua.

  4. E os homens, sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus.

Capítulo 9

  1. Então Miguel, Gabriel, Radael, Suryal e Uriel olharam de cima, desde os céus, e viram a quantidade de sangue que era derramada sobre a terra, e toda a iniquidade que era praticada sobre ela. E disseram uns aos outros: Esta é a voz dos seus clamores.

  2. A terra, desprovida de seus filhos, tem clamado, mesmo até os portões do céu.

  3. E agora, a Ti, ó Santo dos céus, as almas dos homens se queixam, dizendo: Obtém justiça para conosco com o Altíssimo.

Obtém justiça para conosco: literalmente, “Traz julgamento para nós do…” (Richard Laurence, The Book of Enoch the Prophet, 1883, p. 9).

  1. Então disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos senhores, Deus dos deuses, Rei dos reis. O trono da Tua glória é para sempre e sempre, e para sempre seja o Teu nome santificado e glorificado.

  2. Tu fizeste todas as coisas; Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas estão abertas e manifestas diante de Ti. Tu vês todas as coisas, e nada pode esconder-se de Ti.

  3. Tu viste o que Azazyel tem feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniquidade sobre a terra, e tem aberto ao mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus.

  4. Samyaza também tem ensinado sortilégios, a quem Tu destes autoridade sobre aqueles que estão associados contigo. Eles têm ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas, têm-se contaminado;

  5. E têm revelado crimes a elas.

“Revelado crimes”: ou “revelado estes sinais” (Charles, p. 70).

  1. As mulheres, igualmente, têm gerado gigantes.

  2. Assim, toda a terra tem se enchido de sangue e iniquidade.

  3. E agora vês que as almas daqueles que estão mortos clamam;

  4. E queixam-se até aos portões do céu.

  5. Seus gemidos sobem; nem podem escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu conheces todas as coisas antes que elas existam.

  6. Tu conheces estas coisas e o que tem sido feito por eles; e ainda assim, Tu não falas a nós.

  7. Que devemos, então, fazer contra eles, por conta destas coisas?

Capítulo 10

  1. Então o Altíssimo, o Grande e Santo, falou,

  2. E enviou a Arsayalalyur ao filho de Lameque,

No texto em grego lê-se "Uriel".

  1. Dizendo: Diz a ele em Meu nome: Esconde-te.

  2. Então explicou-lhe a consumação que está prestes a acontecer; pois toda a terra perecerá; as águas do dilúvio virão sobre toda a terra, e todos os que nela estão serão destruídos.

  3. E agora, ensina-lhe como ele pode escapar, e como sua semente pode permanecer sobre toda a terra.

  4. Novamente o Senhor disse a Rafael: Amarra Azazyel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e, abrindo o deserto que está em Dudael, lança-o ali.

  5. Arremessa sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão.

  6. Lá ele permanecerá para sempre; cobre sua face, para que não possa ver a luz.

  7. E no grande dia do julgamento, lança-o ao fogo.

  8. Restaura a terra, a qual os anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa recebê-la.

  9. Todos os filhos dos homens, sua descendência, não perecerão por causa de todo o segredo pelo qual as Sentinelas os destruíram, e o que elas ensinaram.

  10. Toda a terra tem se corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele, portanto, se atribui todo crime.

  11. A Gabriel também o Senhor disse: Vai aos bastardos, aos réprobos, aos filhos da fornicação; e destrói os filhos da fornicação, a descendência das Sentinelas de entre os homens. Faz com que lutem entre si, e pereçam por mútua matança; pois o prolongamento de dias não será para eles.

“Bastardos” (Charles, p. 73; Knibb, The Ethiopic Book of Enoch, p. 88).

  1. Eles rogarão a ti, mas seus pais não obterão os desejos com respeito a eles; pois esperavam por vida eterna, e que cada um deles pudesse viver quinhentos anos.

  2. A Miguel, igualmente, o Senhor disse: Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza e aos outros que estão com ele, os quais se associaram às mulheres para se contaminarem com toda sua impureza.

  3. E quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus bem-amados, amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, até o dia do julgamento e da consumação — até que o julgamento eterno se cumpra.

  4. Então serão levados para as mais profundas regiões do fogo, em tormentos; lá serão encerrados em confinamento para sempre.

  5. Imediatamente depois disso, ele — juntamente com os outros — queimará e perecerá; eles serão amarrados até a consumação de muitas gerações.

Ele, isto é, Samyaza.

  1. Destrói todas as almas viciadas na luxúria, e a descendência das Sentinelas, pois tiranizam a humanidade.

“Luxúria” (Knibb, p. 90; cf. Charles, p. 76).

  1. Que todo opressor pereça da face da terra;

  2. Que toda má obra seja destruída;

  3. Que a semente da justiça e da retidão apareça, e que o que é produtivo torne-se uma bênção.

  4. Justiça e retidão serão plantadas para sempre com prazer.

  5. E então todos os santos darão graças, e viverão até terem gerado milhares de filhos, enquanto todo o período de sua juventude e seus sábados será completado em paz.

  6. Naqueles dias, toda a terra será cultivada em retidão; será totalmente coberta de árvores e cheia de bênçãos; toda árvore de delícias será plantada nela.

  7. Vinhas serão plantadas, e a vinha que nela será plantada produzirá frutos em abundância; toda semente nela semeada produzirá mil por uma medida, e uma medida de olivas produzirá dez prensas de óleo.

  8. Purifica a terra de toda opressão, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade e de toda impureza que se comete sobre ela. Extermina-os da terra.

  9. Então todos os filhos dos homens serão justos, e todas as nações Me pagarão divinas honras, e Me abençoarão; e todos Me adorarão.

  10. A terra será limpa de toda corrupção, de toda punição e de todo sofrimento. Eu não enviarei novamente dilúvio sobre ela, de geração em geração, para sempre.

  11. Naqueles dias, Eu abrirei os tesouros de bênçãos que estão nos céus, para fazê-los descer sobre a terra e sobre todas as obras e labores do homem.

  12. Paz e equidade se associarão aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma de suas gerações.

Capítulo 11


  1. Naqueles dias, os céus recobrarão a paz.

  2. A terra se alegrará, e os justos habitarão sobre ela, e os eleitos caminharão sobre ela com humildade.

  3. Então os eleitos e os justos não mais serão humilhados diante da face da terra.

  4. Pois o Senhor dos Espíritos derramará sobre eles o espírito de vida.

  5. E justiça será plantada, e paz estará para sempre sobre eles.

  6. E os justos se tornarão árvores da vida, e completarão dias em paz.

  7. E não haverá mais entre eles nenhuma tristeza, nem fadiga, nem angústia.

Capítulo 12

  1. Antes de todas estas coisas acontecerem, Enoque esteve escondido; e nenhum dos filhos dos homens sabia onde ele estava, onde havia estado, e o que lhe havia acontecido.

  2. Ele esteve totalmente engajado com os santos e com as Sentinelas em seus dias.

  3. Eu, Enoque, fui abençoado pelo grande Senhor e Rei da paz.

  4. E eis que as Sentinelas chamaram-me Enoque, o escriba.

  5. Então o Senhor disse-me: Enoque, escriba da retidão, vai e dize às Sentinelas dos céus, que desertaram o alto céu e seu santo e eterno estado, e que se contaminaram com mulheres,

  6. E fizeram como os filhos dos homens fazem, tomando para si esposas, e corrompendo-se grandemente na terra:

  7. Que na terra eles nunca obterão paz, nem remissão de pecados. Pois não se regozijarão em sua descendência; verão a matança dos seus bem-amados; lamentarão a destruição dos seus filhos e farão petição para sempre — mas não obterão misericórdia nem paz.

Capítulo 13

Então Enoque, passando ali, disse a Azazyel: Tu não obterás paz. Uma grande sentença pesa contra ti. Ele te amarrará.

  1. Socorro, misericórdia e súplica não estarão contigo, por causa da opressão que tens ensinado;

  2. E por causa de todo ato de blasfêmia, tirania e pecado que tens revelado aos filhos dos homens.

  3. Então, partindo dele, falei a todos eles juntos;

  4. E todos ficaram apavorados e tremeram,

  5. Abençoando-me por escrever por eles um memorial de súplica, para que pudessem obter perdão; e para que eu fizesse um memorial de suas orações ascendendo diante do Deus dos céus — pois eles, por si mesmos, desde então não podiam dirigir-se a Ele, nem levantar os olhos aos céus, por causa da infame ofensa pela qual foram julgados.

  6. Então escrevi um memorial de suas orações e súplicas, por seus espíritos, por tudo o que haviam feito, e pela matéria de sua petição, a fim de que obtivessem remissão e descanso.

  7. Prosseguindo nisso, continuei junto às águas de Danbadan,

Danbadan: Dan em Dan (Knibb, p. 94).
as quais estão à direita, a oeste de Armon, lendo o memorial de suas orações, até que caí adormecido.

  1. E eis que um sonho veio a mim, e visões apareceram sobre mim. E caí, e vi uma visão de castigos, para que eu pudesse relatá-la aos filhos dos céus, e reprová-los. Quando acordei, fui até eles. Todos estavam reunidos, chorando, em Oubelseyael, que está situada entre o Líbano e Seneser,

Líbano e Seneser: Líbano e Senir (próximo a Damasco).
com suas faces cobertas.

  1. E relatei diante deles todas as visões que havia tido, e meu sonho.

  2. E comecei a pronunciar estas palavras de retidão, reprovando as Sentinelas dos céus.

Capítulo 14

  1. Este é o livro das palavras de retidão e da reprovação das Sentinelas, os quais pertencem ao mundo,

Ou: “os quais são da eternidade” (Knibb, p. 95).
de acordo com o que Ele, que é santo e grande, ordenou na visão. Percebi em meu sonho que eu estava então falando com a língua da carne e com o fôlego que o Poderoso colocou na boca dos homens, para que pudessem conversar com Ele.

  1. Eu entendi com o coração. Assim como Ele havia criado e dado aos homens o poder de compreender a palavra do entendimento, assim criou e deu a mim o poder de reprovar as Sentinelas, a geração dos céus. E escrevi sua petição; e na minha visão foi-me mostrado que seu pedido não será atendido enquanto o mundo existir.

  2. Julgamento passou sobre vós: vosso pedido não será atendido.

  3. De agora em diante, nunca subireis ao céu; Ele declarou que na terra sereis amarrados por todo o tempo que o mundo existir.

  4. Mas antes disso, vereis a destruição de vossos amados filhos; não os possuireis, pois cairão diante de vós pela espada.

  5. Nem rogareis por eles, nem por vós mesmos;

  6. Mas chorareis e suplicareis em silêncio.

“Mas chorareis… Eu escrevi”: ou “Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações, não recebereis nada de tudo o que está contido nos registros que escrevi” (Charles, p. 80).

  1. Uma visão então me apareceu.

  2. Eis que naquela visão, nuvens e névoa envolveram-me; estrelas agitadas e brilhos de relâmpagos impeliram-me e pressionaram-me adiante, enquanto ventos, na visão, assistiram meu voo, acelerando meu progresso.

  3. Eles elevaram-me ao alto, ao céu. Prossegui até chegar perto de um muro construído com pedras de cristal. Uma chama de fogo vibrante

Literalmente: “uma língua de fogo”.
rodeava-o, a qual começou a golpear-me com terror.

  1. Nesta chama vibrante eu entrei.

  2. E aproximei-me de uma espaçosa habitação, também construída com pedras de cristal. Seus muros, bem como o pavimento, eram formados com pedras de cristal; de cristal também era o piso. Seu telhado tinha a aparência de estrelas agitadas e brilhos de relâmpagos, e entre eles havia querubins de fogo num céu tempestuoso.

Literalmente: “e seu céu era água” (Charles, p. 81).
Uma chama queimava ao redor dos muros, e seu portal ardia em fogo. Quando entrei nesta habitação, ela era quente como fogo e fria como gelo. Nenhum traço de encanto ou vida havia ali. O terror dominou-me, e um tremor de medo apoderou-se de mim.

  1. Violentamente agitado e trêmulo, caí sobre meu rosto. Na visão, olhei.

  2. E vi que havia ali outra habitação, mais espaçosa que a primeira, cada uma de cujas entradas estava aberta diante de mim, elevada no meio da chama vibrante.

  3. Tão grandemente ela superava a primeira em todos os aspectos — em glória, magnificência e magnitude — que é impossível descrever-vos o esplendor ou a extensão dela.

  4. Seus pisos eram de fogo; acima havia relâmpagos e estrelas agitadas, enquanto o telhado exibia um fogo ardente.

  5. Examinei-a atentamente e vi que continha um trono exaltado,

  6. Cuja aparência era semelhante à da geada, e sua circunferência assemelhava-se à órbita do sol brilhante. E havia a voz de um querubim.

  7. Debaixo desse poderoso trono saíam rios de fogo flamejante.

  8. Olhar para ele era impossível.

  9. Alguém grande em glória assentava-se sobre ele,

  10. Cujo manto era mais brilhante que o sol, e mais branco que a neve.

  11. Nenhum anjo era capaz de penetrar para olhar Sua face — o Glorioso e Efulgente — nem qualquer mortal podia vê-Lo. Um fogo flamejante o rodeava.

  12. Também um fogo de grande extensão continuava a elevar-se diante d’Ele; de modo que nenhum daqueles ao Seu redor podia aproximar-se, entre as miríades de miríades

Miríades de miríades: dez mil vezes dez mil (Knibb, p. 99).
que estavam diante d’Ele. Para Ele, nenhuma consulta santa era necessária. Contudo, o Santificado, que estava próximo a Ele, não se apartava nem de noite nem de dia; nem eram removidos de diante d’Ele.

  1. Eu também estava ali, tão adiantado, com um véu sobre minha face, e trêmulo. Então o Senhor, com Sua própria boca, chamou-me, dizendo:
    — Aproxima-te aqui acima, Enoque, à minha santa palavra.

  2. E Ele ergueu-me, fazendo-me aproximar-se, até mesmo à entrada. Meus olhos estavam dirigidos para o chão.

Capítulo 15

  1. Então, dirigindo-se a mim, Ele falou e disse:
    — Ouve, não te atemorizes, justo Enoque, escriba da retidão: aproxima-te e ouve minha voz. Vai e dize às Sentinelas do céu, a quem foste enviado para interceder por elas: os homens devem rogar por vós, e não vós pelos homens.

  2. Por que abandonastes o céu sublime e santo, que permanece para sempre? Deitastes com mulheres; corrompestes-vos com as filhas dos homens; tomastes esposas para vós; agistes como os filhos da terra e gerastes uma ímpia descendência.

"Uma ímpia descendência": literalmente, "gigantes" (Charles, p. 82; Knibb, p. 101).

  1. Sois espirituais, santos, possuidores de vida eterna — mas vos contaminastes com mulheres, procriastes em sangue carnal, cobiçastes o sangue dos homens, e fizestes como aqueles que são carne e sangue fazem.

  2. Estes, contudo, morrem e perecem.

  3. Por isso, Eu lhes dei esposas, para que com elas coabitassem, gerassem filhos e perpetuassem a vida sobre a terra.

  4. Mas vós, desde o princípio, fostes feitos espirituais, não sujeitos à morte, e com habitação nos céus.

  5. Portanto, não vos criei esposas, porque, sendo espirituais, vosso lugar é nos céus.

  6. Agora, os gigantes que nasceram da união de espírito e carne serão chamados de maus espíritos sobre a terra, e ali estará sua habitação. Maus espíritos procederão de sua carne, pois foram criados a partir dos santos Sentinelas.

Note as implicações teológicas dos versículos 3–8 sobre a origem de "espíritos malignos".

  1. Os espíritos dos gigantes serão como nuvens,

A palavra grega "nephelas" (nuvens) pode ocultar a leitura mais antiga, "Napheleim" (Nephilim).
os quais oprimem, corrompem, caem, contendem e confundem sobre a terra.

  1. Eles causarão lamentação. Não comerão alimento, terão sede, e se esconderão.
    E levantar-se-ão contra os filhos dos homens e contra as mulheres, pois virão durante os dias da matança e da destruição.

Muitos manuscritos contêm a negativa ("não"), mas estudiosos como Charles e Knibb consideram que o "não" deve ser omitido.

Capítulo 16

  1. Quanto à morte dos gigantes, onde quer que seus espíritos se apartem de seus corpos, sua carne — perecível — ficará sem julgamento.

Ou: "sua carne será destruída antes do julgamento" (Knibb, p. 102).
Assim perecerão até o dia da grande consumação do mundo. Uma destruição das Sentinelas e dos ímpios acontecerá.

  1. E às Sentinelas, a quem foste enviado para interceder por elas — aquelas que estavam no céu desde o princípio —

  2. Dize: Estáveis no céu, mas coisas secretas não vos foram reveladas; contudo, conhecestes um mistério reprovável.

  3. E esse mistério revelastes às mulheres, na dureza de vosso coração. Por causa disso, a humanidade tem multiplicado males sobre a terra.

  4. Dize-lhes: Nunca, portanto, obtereis paz.

Capítulo 17

  1. Eles elevaram-me a um lugar onde havia a aparência de um fogo fervente; e quando se agradaram, assumiram a semelhança de homens.

Ou: "onde eles eram semelhantes [a homens]" (Knibb, p. 103).

  1. Levaram-me a uma montanha cujo topo alcançava o céu.

  2. Vi os receptáculos da luz e do trovão nas extremidades do lugar, onde era profundo. Havia um arco de fogo, flechas vibrantes, uma espada de fogo e toda espécie de relâmpagos.

  3. Então levaram-me a um arroio murmurante e a um fogo no oeste, o qual recebia todo o pôr do sol.

“Arroio murmurante”: literalmente, “águas da vida, que falam” (Laurence, p. 23).
Vim a um rio de fogo, que fluía como água e desaguava no grande mar a oeste.

  1. Vi todo largo rio, até que cheguei à grande escuridão. Fui ao lugar para onde toda carne migra; e vi montanhas de escuridão que formam o inverno, e o local de onde flui a água de cada abismo.

  2. Vi também as bocas de todos os rios do mundo, e as bocas das profundezas.

Capítulo 18

  1. Examinei os receptáculos de todos os ventos, percebendo que adornam toda a criação e sustentam os fundamentos da terra.

  2. Vi a pedra que sustenta os cantos da terra.

  3. Vi também os quatro ventos que mantêm a terra e o firmamento do céu.

  4. E os ventos ocupando o céu exaltado,

  5. Surgindo no meio do céu e da terra, constituindo os pilares do céu.

  6. Vi os ventos que giram no céu, que determinam a órbita do sol e das estrelas; e os ventos da terra que sustentam as nuvens.

  7. Vi o caminho dos anjos.

  8. Percebi, na extremidade da terra, o firmamento do céu acima dela. E então, segui para o sul.

  9. Lá vi seis montanhas ardentes, três ao leste e três ao sul, todas de pedras gloriosas. As do leste eram de pedra multicolorida — uma de margarite, outra de antimônio. As do sul eram de pedra vermelha. A do meio alcançava os céus como o trono de Deus — feito de alabastro, com topo de safira.

  10. Vi também fogo flamejante suspenso sobre todas as montanhas.

  11. E além delas, um lugar vasto, onde as águas estavam reunidas.

  12. Vi fontes terrestres, profundas, em colunas de fogo celeste.

  13. E sobre essas colunas, um lugar onde não havia céu acima, nem chão abaixo, nem água, nem vento — um lugar totalmente desolado.

  14. Ali vi sete estrelas como grandes montanhas, como espíritos suplicando a mim.

  15. Então o anjo disse: Este lugar será, até a consumação do céu e da terra, a prisão das estrelas e das hostes do céu.

  16. As estrelas que rolam sobre fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus antes de seu tempo; elas não vieram em sua estação. Por isso, foram amarradas até o período secreto da consumação de seus crimes.

Capítulo 19

  1. Então Uriel disse: Estes são os anjos que coabitaram com mulheres, e escolheram líderes entre si;

  2. Assumindo muitas formas, profanaram os homens e os desviaram, levando-os a sacrificar aos demônios como se fossem deuses.

“Assumindo muitas formas”: ou “sendo numerosos em aparência” (Knibb, p. 106).
No grande dia serão julgados e consumidos. Suas esposas também serão julgadas, por terem levado os anjos do céu a se desviarem.

  1. E eu, Enoque, vi apenas a aparência do fim de todas as coisas; e não vi nenhum homem enquanto contemplava tudo isso.

Capítulo 20 – Os Sete Anjos Sentinelas

  1. Estes são os nomes dos anjos Sentinelas:

  2. Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror.

  3. Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens.

  4. Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.

  5. Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as ações.

  6. Sarakiel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que transgridem.

  7. Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat (as serpentes), sobre o Paraíso e sobre os querubins.

Ikisat: termo que remete a “serpentes”, possivelmente simbólico para seres espirituais ou guardiões (Charles, p. 92).

Capítulo 21 – A Prisão das Estrelas

  1. Depois, fiz um circuito por um lugar no qual nada estava completo.

  2. Não vi nele nem as maravilhas de um céu exaltado, nem de uma terra estabelecida — mas um local desolado, preparado e terrível.

  3. Lá vi sete estrelas amarradas juntas, semelhantes a grandes montanhas, ardentes como fogo fervente. Exclamei:
    — Por que razão foram amarradas? Por que foram removidas de seu lugar?

  4. Então Uriel, o anjo santo que me conduzia, respondeu:
    — Enoque, por que perguntas? Estas são as estrelas que transgrediram o mandamento do Altíssimo; por isso estão amarradas até que se complete o número infinito dos dias de seus crimes.

  5. Dali passei para um outro lugar ainda mais terrível,

  6. Onde vi a operação de um grande fogo flamejante e resplandecente. No meio havia uma divisão. Colunas de fogo lutavam até o fim do abismo, cuja profundidade era indescritível.

— Quão terrível é este lugar! — exclamei — quão difícil é compreendê-lo!

  1. Uriel respondeu:
    — Este é o lugar de prisão dos anjos, onde serão mantidos para sempre.

Capítulo 22 – Os Receptáculos das Almas

  1. Em seguida, fui para outro lugar, a oeste, onde vi uma montanha alta e firme como uma rocha, contendo quatro cavidades deleitosas.

  2. Internamente era profunda, ampla, lisa como se tivesse sido polida; e escura à vista.

  3. Então Rafael disse:
    — Estes são os locais onde as almas dos mortos se reúnem; para isso foram preparados.

  4. Aqui elas permanecerão até o dia do julgamento, que ainda está por vir.

  5. Vi os espíritos dos mortos, e ouvi suas vozes clamando aos céus, acusando.

  6. Perguntei:
    — Que espírito é esse que clama com tamanha força?

  7. Ele respondeu:
    — Este é o espírito de Abel, morto por seu irmão Caim, que o acusa até que a descendência de Caim seja exterminada da face da terra.

  8. Até que desapareça completamente da linhagem humana.

  9. Então perguntei sobre o julgamento geral e sobre as divisões dos espíritos.

  10. Ele respondeu:
    — Há três separações entre os espíritos: uma por uma fenda na terra, outra por água, e outra por luz sobre elas.

  11. Os pecadores, ao morrerem, não são julgados imediatamente em vida.

  12. Suas almas sofrem até o dia do grande julgamento — quando receberão castigo e tormento eterno.

  13. Uma separação existe entre os que clamam justiça e os que esperam o dia da vingança divina.

  14. Assim, os pecadores, injustos e ímpios são reunidos num receptáculo especial. Suas almas não serão destruídas, nem se levantarão.

  15. E eu bendisse a Deus e disse:
    — Abençoado seja o Senhor da glória e da justiça, cujo reino é eterno!

Capítulo 23 – O Fogo Eterno do Oeste

  1. Dali fui para o oeste, até os confins da terra.

  2. Lá vi um fogo resplandecente que corria incessantemente, de dia e de noite — nunca cessava.

  3. Perguntei:
    — Que fogo é este, que nunca se apaga?

  4. Então Raguel respondeu:

  5. — Este é o fogo das luminárias do céu, o qual nunca se extingue.

Capítulo 24 – A Montanha Santa e a Árvore da Vida

  1. Fui ainda para outro lugar, onde vi uma montanha de fogo que brilhava de dia e de noite.

  2. Nela estavam sete esplêndidas montanhas, cada uma diferente da outra. Suas pedras eram brilhantes e belas. Três estavam a leste, e três ao sul, colocadas como se estivessem empilhadas. Havia também três vales profundos, intransponíveis.

  3. No centro havia a sétima montanha, semelhante a um trono. Ao seu redor cresciam árvores odoríferas.

  4. Entre elas, vi uma árvore com aroma incessante, sem igual nem mesmo no Éden. Suas folhas e flores nunca murchavam, e seu fruto era formoso como cacho de palmeira.

  5. Então Miguel, um dos santos anjos, disse:
    — Enoque, por que perguntas sobre o odor desta árvore?

  6. — Eu desejo aprender sobre todas as coisas — respondi — especialmente sobre esta árvore.

  7. Ele me disse:
    — Esta montanha será o assento do Senhor da glória, quando Ele descer à terra com misericórdia.

  8. E esta árvore de aroma suave, não carnal, ninguém poderá tocá-la até o dia do julgamento. Então será dada aos justos e eleitos.

  9. O fruto será reservado para os santos; e vida será plantada ao norte, junto à habitação do eterno Rei.

  10. Eles se regozijarão com o Santo. O perfume entrará em seus ossos, e viverão longamente como seus pais. Em seus dias não haverá tristeza, dor ou punição.

  11. E eu bendisse o Senhor da glória, o eterno Rei, pois Ele preparou esta árvore para os justos, e declarou que lhes seria dada.

Capítulo 25 O Vale das Montanhas Sagradas

  1. Dali fui ao meio da terra, e vi um lugar feliz e fértil, onde árvores estavam continuamente espalhando seus ramos.
    Ali, vi uma santa montanha, e debaixo dela, águas fluíam pelo lado de trás, em direção ao sul.

  2. No oriente, vi outra montanha tão alta quanto a primeira; e entre ambas, um vale profundo, mas estreito. A água corria para o lado ocidental da montanha, e abaixo desta havia ainda outra montanha.

  3. Ali havia um vale — novamente estreito e profundo — e no centro dele, outra depressão seca que se estendia até a extremidade da árvore.
    Todos esses vales, embora profundos, eram formados de uma forte rocha, onde se encontrava a árvore plantada.
    E eu, Enoque, maravilhei-me com a rocha, com o vale, e fiquei profundamente surpreso.

Capítulo 26 – O Vale Amaldiçoado

  1. Então eu disse:
    — Que significa esta terra abençoada, com todas estas altas árvores, e este vale amaldiçoado entre elas?

  2. Uriel, o anjo santo que estava comigo, respondeu:
    — Este vale é o amaldiçoado entre todos os amaldiçoados, para sempre.
    Aqui serão reunidos os que blasfemaram contra Deus, os que proferiram palavras duras contra Sua glória. Este será o lugar de sua punição.

  3. Nos últimos dias, este lugar será um exemplo do julgamento justo diante dos santos. Aqueles que receberam misericórdia abençoarão a Deus todos os dias, eternamente.

  4. E no tempo do julgamento, exaltarão Sua misericórdia, que lhes foi dada.
    Então eu bendisse a Deus, invocando Seu nome e reconhecendo Sua grandiosa majestade.

Capítulo 27 – A Montanha do Deserto

  1. Dali fui ao oriente, ao meio da montanha que estava no deserto; percebi apenas o nível de sua superfície.

  2. Ela estava cheia de árvores da semente mencionada anteriormente, e águas jorravam sobre ela.

  3. Vi então uma grande catarata, composta por várias cachoeiras voltadas tanto para o oriente quanto para o ocidente.
    De um lado havia árvores; do outro, água e orvalho.

Capítulo 28 – Árvores Escolhidas do Deserto

  1. Fui então para outro local do deserto, ao leste da montanha anterior.

  2. Lá vi árvores escolhidas, especialmente as que produzem aroma doce, como incenso e mirra — árvores diferentes umas das outras.

(“Árvores escolhidas”: também pode significar “árvores de julgamento” segundo alguns manuscritos.)

  1. Próximo a elas, vi uma elevação montanhosa voltada para o oeste, não muito distante.

Capítulo 29 – Vales Aromáticos

  1. Vi outro lugar com vales de água que jamais cessam.

  2. Ali percebi uma árvore de agradável aroma, semelhante ao cheiro do Zasakinon.

(Zasakinon: provavelmente uma referência à árvore de mastique.)

  1. No mesmo vale, reconheci o cinamomo de doce fragrância, e dali prossegui para o oriente.

Capítulo 30 – As Árvores do Nectar

  1. Vi então uma montanha com árvores da qual fluía água como nectar (Neketro).
    Seus nomes eram Sarira e Kalboneba.

(Sarira e Kalboneba: identificadas como estoraque e gálbano.)

  1. Sobre essa montanha havia outra montanha, na qual cresciam árvores de alva (aloé), cheias como amendoeiras, fortes, e com frutos de fragrância superior a todos os aromas conhecidos.

Capítulo 31 – As Montanhas do Norte

  1. Após isso, olhando para o norte, vi sete montanhas repletas de nardo puro, árvores odoríferas e papiro.

  2. Subi aos picos destas montanhas, e depois caminhei para o leste, sobre o mar da Eritreia (Mar Vermelho).
    Avancei muito além dele, passando por Zateel, o anjo, e cheguei ao Jardim da Justiça.

  3. Neste jardim, vi árvores numerosas, grandes, e floridas. Sua fragrância era forte, e sua aparência agradável e elegante.

  4. Ali estava também a árvore do conhecimento, da qual, se alguém comer, adquire grande sabedoria.
    Ela era semelhante a uma tamareira, mas seus frutos pareciam uvas finas e sua fragrância alcançava longas distâncias.
    — Que bela árvore! — exclamei — Quão deleitável é sua aparência!

  5. Então Rafael, o santo anjo que estava comigo, respondeu:
    — Esta é a árvore do conhecimento, da qual vosso primeiro pai e mãe comeram.
    Tendo seus olhos abertos, ao perceberem que estavam nus, foram expulsos do Jardim.

Capítulo 32 As Extensões da Terra e os Portões do Céu

  1. Dali fui às extremidades da terra, onde vi feras grandes, diferentes umas das outras, e pássaros variados em forma, cor e canto.

  2. À direita dessas feras, vi o fim da terra, onde os céus cessam.
    Lá estavam os portões do céu abertos, e vi as estrelas celestes saindo.
    Eu as enumerei uma a uma, conforme saíam, escrevendo seus nomes, tempos e estações, conforme me mostrava o anjo Uriel.

  3. Ele me mostrou todas elas, e eu as escrevi em detalhes.

  4. Ele também registrou para mim seus nomes, regulamentos e operações.

Capítulo 33Os Portões do Norte

  1. Dali eu avancei em direção ao norte, para as extremidades da terra.

  2. E ali vi uma gloriosa maravilha: os confins de toda a terra.

  3. Vi ali portões celestiais abertos, três claramente distintos.
    Dos portões do norte saíam os ventos: frio, granizo, geada, neve, orvalho e chuva.

  4. De um portão sopravam suavemente, mas dos outros dois o vento era forte e violento, e sopravam poderosamente sobre toda a terra.

Capítulo 34Os Portões do Oeste

  1. Dali fui até as extremidades do ocidente.

  2. Ali vi três portões abertos, iguais em tamanho e forma aos do norte.

Capítulo 35Os Portões do Sul

  1. Depois segui até as extremidades do sul, onde vi três portões abertos, dos quais saíam o orvalho, a chuva e o vento.

  2. Em seguida fui às extremidades do oriente, onde também vi três portões celestiais, cada um com portões menores dentro.

Por esses portões menores as estrelas passavam, movendo-se rumo ao ocidente conforme suas estações e tempos ordenados.

  1. Quando as vi, abençoei a cada uma ao aparecer, e bendisse o Senhor da Glória, que criou esses grandes sinais celestiais, para que revelassem a majestade de Suas obras aos anjos e às almas dos homens.

  2. Assim, todos pudessem glorificá-Lo, reconhecer o poder de Suas mãos, e abençoá-Lo para sempre.

Capítulo 37 A Segunda Visão: As Três Parábolas

  1. Esta é a segunda visão de sabedoria, que Enoque, filho de Jared, filho de Malaleel, filho de Canan, filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, viu.

Este é o início da Palavra de Sabedoria, que recebi para anunciar aos habitantes da terra.

— Ouvi, desde o princípio, e compreendei até o fim, as coisas sagradas que proclamo diante do Senhor dos Espíritos. Aqueles que vieram antes de nós consideraram digno declará-las.

  1. Mas nós, os que vieram depois, impedimos o princípio da sabedoria. Até agora, nunca havia sido concedido o que recebi: sabedoria segundo minha capacidade e conforme o agrado do Senhor dos Espíritos — uma porção da vida eterna.

  2. E recebi três parábolas, as quais declarei aos habitantes do mundo.

Capítulo 38 – Primeira Parábola: O Julgamento dos Ímpios

  1. Quando a congregação dos justos for revelada e os pecadores julgados por seus crimes, sendo afligidos diante do mundo...

  2. Quando os justos forem manifestos diante dos eleitos — os quais serão escolhidos pelas suas obras justas, pesadas pelo Senhor dos Espíritos —, e quando a luz dos justos e eleitos brilhar sobre a terra:

Onde estará a habitação dos pecadores?
Qual o descanso daqueles que rejeitaram o Senhor dos Espíritos?
Melhor seria que jamais tivessem nascido.

  1. Quando os segredos dos justos forem revelados, os pecadores serão julgados, e os ímpios serão afligidos na presença dos justos e dos eleitos.

  2. Daquele tempo em diante, os que possuem poder e glória na terra deixarão de ser exaltados.
    Não conseguirão contemplar o semblante do Santo, pois a luz do Senhor dos Espíritos estará na face dos santos, dos justos e dos eleitos.

  3. Os reis poderosos serão destruídos e entregues nas mãos dos justos e dos santos.

  4. E ninguém mais obterá compaixão do Senhor dos Espíritos, pois suas vidas terão chegado ao fim.

Capítulo 39 – Os Céus Abertos e a Glória dos Santos

  1. Naqueles dias, a raça eleita e santa descerá dos céus, e sua semente estará entre os filhos dos homens.

Enoque recebeu livros da ira e indignação, e livros de comoção e agitação.

  1. “Eles jamais obterão misericórdia” — diz o Senhor dos Espíritos.

  2. Uma nuvem me arrebatou, e o vento elevou-me acima da terra, até as extremidades dos céus.

  3. Ali tive outra visão: vi as habitações e os lugares de descanso dos santos e dos anjos.
    Eles oravam e intercediam pelos filhos dos homens, enquanto a justiça fluía como água, e a misericórdia se espalhava como o orvalho sobre a terra.

Assim será para sempre e eternamente.

  1. Vi a habitação do Eleito, onde havia verdade, fé e retidão.

  2. Incontável era o número dos santos e dos eleitos na presença de Deus, para sempre e sempre.

  3. Sua residência estava sob as asas do Senhor dos Espíritos.
    Todos os santos e eleitos cantavam diante Dele, como chamas de fogo, e com suas bocas bendiziam e glorificavam o nome do Senhor dos Espíritos.
    A retidão habitava ali sem cessar.

  4. Meu espírito desejou habitar ali.
    Minha alma ansiava por aquela morada, pois percebi que esse era meu destino eterno, segundo a vontade do Senhor dos Espíritos.

  5. E glorifiquei, exaltei e bendisse o nome do Senhor com louvores, pois Ele o instituiu com glória e exaltação, conforme Sua santa vontade.

  6. Meus olhos contemplaram aquele espaço glorioso e eu exclamei:
    Bendito sejas, bendito desde o princípio e para sempre!
    Pois antes da criação do mundo já existias, e sem fim é o teu conhecimento.

  7. Que é este mundo diante de Ti?
    De geração em geração, os santos bendirão Aquele que não dorme, mas permanece diante da glória de Deus, louvando e exaltando-O continuamente:
    Santo, santo, santo é o Senhor dos Espíritos, que enche toda a terra com o Seu Espírito.

  8. Ali meus olhos viram todos os que, sem dormir, permanecem diante Dele, bendizendo-O e dizendo:
    Bendito sejas eternamente. Bendito seja o nome de Deus, por todos os séculos dos séculos.

  9. Então meu semblante se alterou, e fiquei incapaz de continuar a visão.


Capítulo 40


1 Depois disto eu vi milhares de milhares e miríades de miríades, e um número infinito de pessoas, em pé, diante do Senhor dos espíritos.
2 Igualmente, nas quatro asas do Senhor dos espíritos, nos quatro lados, percebi outros, ao lado daqueles que estavam em pé diante dele. Seus nomes também eu sei porque o anjo que estava comigo declarou-os a mim, revelando-me toda coisa secreta.
3 Então ouvi as vozes daqueles sobre os quatro lados, magnificando o Senhor da glória.
4 A primeira voz abençoou o Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
5 A segunda voz ouvi abençoando ao Eleito e aos eleitos que sofrem pela causa do Senhor dos espíritos.

6 A terceira voz eu ouvi pedindo e orando em favor daqueles que habitam sobre a terra, e suplicam no nome do Senhor dos espíritos.
7 A quarta voz eu ouvi expulsando os anjos ímpios,(40) e proibindo-os de entrarem na presença do Senhor dos espíritos para proferirem acusações contra(41) os habitantes da terra.
Anjos ímpios. Literalmente "os Satãs" (Laurence, p. 45; Knibb, p. 128). Ha-satan em Hebreu ("o adversário") foi originalmente o título de um ofício, não o nome de um anjo.
Proferir acusações contra. Ou, "para acusar" (Charles, p. 119).

8 Depois disso eu pedi ao anjo da paz, que prosseguia comigo, para explicar tudo o que estava escondido. Eu disse-lhe: Quem são aqueles que eu havia visto nos quatro lados e que palavras eram aquelas que eu havia ouvido e escrito? Ele respondeu: O primeiro é o misericordioso, o paciente, o santo Miguel.
9 O segundo é aquele que preside sobre todo sofrimento e toda aflição dos filhos dos homens, o santo Rafael. O terceiro, o qual preside sobre tudo o que é poderoso, é Gabriel. E o quarto, o qual preside sobre o arrependimento e a esperança daqueles que herdarão a vida eterna, é Fanuel. Estes são os quatro anjos do Altíssimo Deus e suas quatro vozes, as quais naquele momento eu ouvi.


Capítulo 41


1 Depois disso eu vi os segredos do céu e do paraíso, de acordo com suas divisões, e das ações humanas enquanto eles pesavam-nas em balanças. Vi as habitações dos eleitos e as habitações dos santos. E ali meus olhos viraram todos os pecadores que haviam negado o Senhor da glória e como eles foram expelidos dali, e arrastados para fora, como eles estiveram ali; nenhuma punição procedeu contra eles vinda do Senhor dos espíritos.
2 Ali também meus olhos viram os segredos do raio e do trovão e os segredos dos ventos, como eles são distribuídos quando eles sopram sobre a terra: os segredos dos ventos, do orvalho, e das nuvens. Ali eu vi o lugar de onde eles saem e tornam-se saturados com o pó da terra.
3 Ali eu vi os receptáculos de madeira nos quais os ventos são separados, o receptáculo do granizo, o receptáculo da neve, o receptáculo das nuvens, e a própria nuvem, a qual continuava sobre a terra antes da criação do mundo.
4 Eu vi também os receptáculos da lua, de onde elas vêm, para onde elas vão, seus gloriosos retornos e como uma se torna mais esplêndida do que a outra. Eu marquei seu rico progresso, seu imutável progresso, sua
divisão e não diminuído progresso; sua observância de uma fidelidade mútua por um juramento estável; seu procedimento diante do sol e sua aderência ao caminho que lhes foi distribuído,(42) em obediência ao comando do Senhor dos espíritos. Potente é seu nome para sempre e sempre.
Seu procedimento... caminho distribuído. Ou, "o sol vai primeiro e completa sua jornada" (Knibb, p. 129; cp. Charles, p. 122).

5 Depois eu vi que o caminho da lua, tanto oculto quanto manifesto; e também o progresso dessa trajetória foram completados dia a dia, e à noite; enquanto cada uma, junto com a outra, olhou para o Senhor dos espíritos, magnificando-O e exaltando-O sem cessar, já que exaltá-lo, para eles, é repouso; pois no esplêndido sol há uma frequente alteração para bênção e para maldição.
6 O curso do caminho da lua para com os retos é luz, mas para os pecadores é escuridão; no nome do Senhor dos espíritos, o qual criou uma divisão entre luz e escuridão, e separando os espíritos dos homens, fortalecendo os espíritos dos justos em nome de sua própria retidão.
7 O anjo não previne isto, nem é ele dotado de poder para preveni-lo, pois o Juiz vê a todos, e julga-os a todos na própria presença deles.


Capítulo 42


1 A sabedoria não encontrou um lugar na terra onde pudesse habitar; sua habitação, portanto, está no céu.
2 A sabedoria saiu para habitar entre os filhos dos homens, mas ela não obteve habitação. A sabedoria retornou ao seu lugar e assentou-se no meio dos anjos. Mas a iniquidade saiu depois do seu retorno, a qual, de má vontade, encontrou uma habitação e residiu entre eles como chuva no deserto, e como o orvalho na terra seca.

Capítulo 43


1 Eu vi outro esplendor, e as estrelas do céu. Eu observei que ele chamou-as todas por seus respectivos nomes, e que elas ouviram. Vi que ele pesou-as numa justa balança por sua luz e amplitude de seus lugares, o dia de seu aparecimento, e suas conversões. Esplendor produziu esplendor; e sua conversão foi o número dos anjos, e dos fiéis.
2 Então eu perguntei ao anjo, que prosseguia comigo, e ele explicou-me coisas secretas, e quais eram seus nomes. Ele respondeu: O Senhor dos espíritos mostrou a ti uma similaridade disto. Eles são nomes dos justos que habitaram na terra, os quais acreditam no nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.

Capítulo 44


1 Outra coisa também vi com respeito ao esplendor; que ele sobe por causa das estrelas e torna-se esplendor, sendo incapaz de abandoná-las.

Capítulo 45


1 A segunda parábola, a respeito daqueles que negam o nome da habitação dos santos e do Senhor dos espíritos.
2 Aos céus eles não ascenderão nem virão sobre a terra. Esta será a porção dos pecadores que negam o nome do Senhor dos espíritos e que estão assim reservados para o dia da punição e da aflição.
3 Naquele dia o Eleito se assentará sobre um trono de glória e escolherá suas condições e suas incontáveis habitações, enquanto seus espíritos neles serão fortalecidos quando eles virem meu Eleito, pois esses fugiram por proteção para meu santo e glorioso nome.
4 Naquele dia eu farei com que meu Eleito habite no meio deles; mudarei
a face do céu; o abençoarei e o iluminarei para sempre.
5 Eu também mudarei a face da terra, a abençoarei; e farei com que aqueles a quem elegi habitem sobre ela. Mas aqueles que cometeram pecado e iniquidade não habitarão nela, pois Eu marquei seus procedimentos. Meus justos Eu satisfarei com paz, colocando-os diante de Mim; mas a condenação dos pecadores se aproximará, para que Eu possa destruí-los da face da terra.

Capítulo 46


1 Ali eu vi o Ancião de dias, cuja cabeça era igual à branca lã, e com ele outro, cujo semblante assemelhava-se àquele do homem. Seu semblante era cheio de graça, igual àquele dos santos anjos. Então eu inquiri dos anjos que estavam comigo, e que me mostravam toda coisa secreta concernente a este Filho do homem, o qual foi; de onde Ele era e por que Ele acompanhou o Ancião de dias.
2 Ele respondeu-me e disse: Este é o Filho do homem, ao qual a justiça pertence, com o qual a retidão tem habitado e o qual revelou todos os tesouros do que é escondido: pois o Senhor dos espíritos o tem escolhido e sua porção tem excedido a tudo diante do Senhor dos espíritos em eterna ascensão.
3 Este Filho do homem, que tu vês, levantará reis e poderosos de seus lugares de habitação, e os poderosos de seus tronos; soltará as rédeas do poderoso, e quebrará em pedaços os dentes dos pecadores.

4 Ele lançará reis dos seus tronos e de seus domínios porque eles não O exaltarão, O louvarão, nem se humilharão diante dEle, pelo Qual seus reinos lhes foram dados. Igualmente o semblante do poderoso Ele lançará abaixo, enchendo-os de confusão. Escura será sua habitação e vermes serão sua cama; deste seu leito eles não esperam levantar-se novamente porque eles não exaltam o nome do Senhor dos espíritos.
5 Eles condenarão as estrelas do céu, elevarão suas mãos contra o Altíssimo, caminham e habitam sobre a terra, exibindo todos os seus atos de iniquidade, mesmo suas obras de iniquidade. Sua força estará em suas riquezas e sua fé nos bens que têm formado com suas próprias mãos. Eles negarão o nome do Senhor dos espíritos e o expulsarão de seus templos, nos quais eles se reúnem;
6 E com Ele o fiel,(43) o qual sofre em nome do Senhor dos espíritos.
O expulsarão… o fiel. Ou, "expulsarão das causas de sua congregação e do fiel"
(Knibb, p. 132; cp. Charles, p. 131).

1 Naquele dia a oração dos santos e dos justos e o sangue dos íntegros ascenderá da terra até a presença do Senhor dos espíritos.
2 Naquele dia os santos se reunirão, os quais habitam nos céus, e com vozes unidas de petição, súplica, oração, louvor e bênção ao nome do Senhor dos espíritos, por conta do sangue dos justos que tem sido derramado, para que a oração dos justos não seja descontinuada diante do Senhor dos espíritos, para que por eles se execute julgamento; e para que sua paciência possa perdurar para sempre.(44)
Para que sua paciência… perdure para sempre. Ou, "(para que) sua paciência possa não ter que durar para sempre" (Knibb, p. 133).

3 Naquele tempo eu vi o Ancião de dias enquanto ele se assentava sobre o trono da sua glória, enquanto o livro dos vivos foi aberto na sua presença e enquanto todos os poderes que estão acima dos céus permanecem ao redor e diante dele.
4 Então os corações dos santos estavam cheios de alegria, por causa da consumação da justiça que havia chegado, a súplica dos santos foi ouvida e o sangue dos justos apreciado pelo Senhor dos espíritos.

Capítulo 48


1 Naquele lugar eu vi uma fonte de retidão, a qual nunca falha, envolta em muitas fontes de sabedoria. Delas todos os sedentos beberam e foram cheios de sabedoria, tendo sua habitação com os retos, eleitos e santos.
2 Naquela hora o Filho do homem foi invocado diante do Senhor dos espíritos e seu nome na presença do Ancião de dias.

3 Antes que o sol e os sinais fossem criados, antes que as estrelas do céu tivessem sido formadas, seu nome era invocado na presença do Senhor dos espíritos. Ele será um apoio para os justos e santos se encostarem, sem falhar; e ele será a luz das nações.
4 Ele será a esperança daqueles cujos corações estão temerosos. Todos os que habitam na terra cairão diante dEle; o abençoarão e glorificarão, e cantarão orações ao nome do Senhor dos espíritos.
5 Portanto, o Eleito e Escondido subsistiu em sua presença, antes que o mundo fosse formado, e para sempre.
6 Na Sua presença Ele existiu, e revelou aos santos e aos justos a sabedoria do Senhor dos espíritos; pois Ele preservou o lugar dos retos, porque eles irritaram-se e rejeitaram este mundo de iniquidade, e detestaram todas as suas obras e caminhos, no nome do Senhor dos espíritos.
7 Pois em seu nome eles serão preservados e sua será a vida. Naqueles dias os reis da terra e os homens poderosos, os quais ganharam o mundo por suas realizações, se tornarão humildes em seus semblantes.
8 Pois no dia de sua ansiedade e angústia, suas almas não serão salvas, e
eles estarão em sujeição daquele a quem eu escolhi.
9 Eu os lançarei como a palha ao fogo e como chumbo, na água. Assim eles queimarão na presença dos justos e afundarão na presença dos santos; nem a décima parte deles será encontrada.
10 Mas no dia da tribulação o mundo ganhará tranquilidade.
11 Em sua presença eles falharão e não serão levantados novamente; nem haverá alguém para tomá-los por suas mãos e levantá-los; pois eles negaram o Senhor dos espíritos e seu Messias. O nome do Senhor será abençoado.

Capítulo 48

Dois capítulos consecutivos são enumerados "48"

1 Sabedoria verteu como água e glória não falta diante dEle para sempre e sempre, pois potente é Ele em todos os segredos de retidão.
2 Mas a iniquidade passa como uma sombra e não possui uma estação fixa, pois o Eleito permanece diante do Senhor dos espíritos e Sua glória é para sempre e sempre, e Seu poder de geração em geração.
3 Com Ele habitam os espíritos da sabedoria intelectual, o espírito da instrução e do poder e os espíritos dos que dormem em retidão; Ele julgará coisas secretas.

4 Ninguém será capaz de pronunciar uma única palavra diante dEle, pois o Eleito está na presença do Senhor dos espíritos de acordo com Seu próprio prazer.

Capítulo 49

1 Naqueles dias os santos e os escolhidos sofrerão uma mudança. A luz do dia descançará sobre eles e o esplendor e a glória dos santos será transformada.
2 Naquele dia de tribulação o mal será amontoado sobre os pecadores, mas os justos triunfarão no nome do Senhor dos espíritos.
3 Outros serão levados a ver que devem arrepender-se e desistir das obras das suas mãos, e que a glória não os espera na presença do Senhor dos espíritos, já que por Seu nome eles podem ser salvos. O Senhor dos espíritos terá compaixão deles, pois grande é a Sua misericórdia e a justiça está em Seu julgamento; na presença de Sua glória, em seu julgamento a iniquidade não permanecerá. Aquele que não se arrepende perecerá na Sua presença.
4 Daqui em diante Eu não terei misericórdia deles, diz o Senhor dos espíritos.

Capítulo 50


1 Naqueles dias a terra entregará de seu ventre e o inferno entregará de si aqueles a quem recebeu, e a destruição restaurará àqueles a quem ela deve.
2 Ele selecionará os justos e santos de entre eles, pois o dia de sua salvação se tem aproximado.
3 E naqueles dias o Eleito se assentará sobre seu trono, enquanto todo segredo de sabedoria intelectual procederá da sua boca, pois o Senhor dos espíritos lhe concedeu e glorificou.
4 Naqueles dias as montanhas saltarão como as rãs e os montes pularão como jovens ovelhas (46) saciadas com leite; e todos os justos se tornarão iguais aos anjos nos céus.
Cp. Salmos 114:4
5 Seu semblante se iluminará de alegria, pois naqueles dias o Eleito será exaltado. A terra se regozijará; os justos habitarão nela e a possuirão.

Capítulo 51


1 Depois desse tempo, no lugar onde eu havia visto toda visão secreta, fui arrebatado em um redemoinho de vento e transportado para o oeste.
2 Lá meus olhos viram os segredos do céu e tudo o que existe na terra; uma montanha de fogo, uma montanha de cobre, uma montanha de prata, uma montanha de ouro, uma montanha de metal fluido, e uma montanha de chumbo.
3 E eu perguntei ao anjo que foi comigo, dizendo: O que são estas coisas, que em segredo eu vi?
4 Ele disse: Todas as coisas que tu viste serão para o domínio do Messias, para que ele possa comandar e ser poderoso sobre a terra.
5 E aquele anjo de paz respondeu-me dizendo: Espera um pouco de tempo e entenderás, e cada coisa secreta te será revelada, o que o Senhor dos espíritos tem decretado. Aquelas montanhas que tu viste, a montanha de ferro, a montanha de cobre, a montanha de prata, a montanha de ouro, a montanha de metal fluido e a montanha de chumbo, todas estas na presença do Eleito serão como o favo de mel diante do fogo, e como a água descendo de cima sobre estas montanhas, e se tornarão debilitadas diante de seus pés.
6 Naqueles dias os homens não serão salvos por ouro e por prata.
7 Nem eles o terão em seu poder para assegurar-se, e voar.
8 Lá não haverá nem ferro, nem casaco de malha para o peito.
9 Cobre será inútil; inútil também será o que não enferruja nem se consome; e levar não será desejado.
10 Todas estas coisas serão rejeitadas, e perecerão na terra, quando o Eleito aparecer na presença do Senhor dos espíritos.


Capítulo 52


1 Ali meus olhos viram um profundo vale, e larga era sua entrada.
2 Todos os que habitam na terra, no mar e nas ilhas trarão para ele dons, presentes e oferendas; contudo aquele profundo vale não se encherá. Suas mãos cometerão iniquidade. Tudo quanto eles produzirem por labor será devorado pelos pecadores por crime. Mas eles perecerão de diante da face do Senhor dos espíritos e da face de sua terra. Eles se levantarão, e não falharão para sempre.
3 Eu vi anjos de punição, os quais estavam habitando ali, e preparando todos os instrumentos de Satan.
4 Então perguntei ao anjo da paz que continuava comigo, para quem aqueles instrumentos eram preparados.
5 Ele disse: Estes são preparados para os reis e poderosos da terra, para que assim eles pereçam.
6 Depois que os justos e a casa escolhida de sua congregação aparecerem, e desde então serão imutáveis no nome do Senhor dos espíritos.

7 Nem aquelas montanhas existirão na sua presença como a terra e os montes, como as fontes de água existem. E os justos serão aliviados da vexação dos pecadores.


Capítulo 53


1 Então eu olhei e me virei para outra parte da terra, onde vi um profundo vale de fogo ardente.
2 Para esse vale, eles levaram os monarcas e os poderosos.
3 Ali meus olhos viram os instrumentos que eles fizeram, correntes de ferro sem peso.(47)
Sem peso. Ou, "de imensurável peso" (Knibb, p. 138).
4 Então eu perguntei ao anjo da paz que estava comigo, dizendo: Para quem essas correntes são preparadas?
5 Ele respondeu: Estas são preparadas para as hostes de Azazeel, para que eles sejam entregues e julgados a uma menor condenação, e para que seus anjos sejam subjulgados com pedras arremessadas, como o Senhor dos espíritos ordenou.
6 Miguel e Gabriel, Rafael e Fanuel serão fortalecidos naquele dia, e então os lançarão numa fornalha de fogo ardente para que o Senhor dos espíritos possa ser vingado pelos crimes que eles cometeram; porque eles se tornaram ministros de Satanás, e seduziram aqueles que habitam sobre a terra.
7 Naqueles dias punição virá do Senhor dos espíritos, e os receptáculos de água que estão acima nos céus serão abertos, e igualmente as fontes que estão sob a terra.
8 Todas as águas, que estão nos céus e abaixo deles, serão reunidas e se misturarão.
9 A água que está acima no céu será o agente; (48)
Agente. Literalmente, "macho" (Laurence, p. 61).
10 E a água que está sob a terra será o recipiente, (49) e todos os que habitam sobre a terra serão destruídos e os que habitam sob as extremidades do céu.
Recipiente. Literalmente, "fêmea" (Laurence, p. 61).
11 Por esses meios eles entenderão a iniquidade que cometeram na terra, e por esses meios perecerão.


Capítulo 54


1 Depois disso o Ancião de dias arrependeu-se, e disse: Em vão eu destrui todos os habitantes da terra.
2 E ele jurou por seu grande nome, dizendo: De agora em diante eu não agirei mais assim para com todos aqueles que habitam sobre a terra.

3 Mas eu colocarei um sinal nos céus; (50) e ele será uma fiel testemunha entre mim e eles para sempre, tantos quantos os dias do céu durarem sobre a terra.
Cp. Gen. 9:13, "Eu colocarei meu arco na nuvem, e ele será um sinal do convênio entre mim e a terra".
4 Depois disso, de acordo com esse meu decreto, quando eu estiver disposto a prendê-los antecipadamente, pela instrumentalidade dos anjos, no dia da aflição e da perturbação, minha ira e minha punição permanecerão sobre eles, minha punição e minha ira, diz Deus, o Senhor dos espíritos.
5 Ó vós reis, ó vós poderosos, que habitam o mundo, vereis meu Eleito, assentado sobre o trono da minha glória. E Ele julgará Azazeel, todos seus associados, em nome do Senhor dos espíritos.
6 Ali igualmente eu vi as hostes dos anjos que estavam se movendo em punição, confinadas numa rede de ferro e bronze. Então eu perguntei ao anjo da paz, que estava comigo: Para quem estes sob confinamento estão indo?
7 Ele disse: Para todos os seus eleitos e seus amados, (51) para que eles possam ser lançados nas fontes e profundas fendas do abismo.
Para cada um dos… seus amados. Ou, "Para cada um de seus escolhidos e para os seus amados" (Knibb, p. 139).
8 E aquele vale será cheio com seus eleitos e amados; os dias cuja vida serão consumados, mas os dias de seus erros serão inumeráveis.
9 Então príncipes (52) se combinarão e juntos conspirarão. Os chefes do leste, entre os Partos e Medos, removerão reis, nos quais um espírito de perturbação entrará. Ele os lançará de seus tronos, saltando como leões de seus esconderijos, e como lobos famintos no meio do rebanho.
Príncipes. Ou, "anjos" (Charles, p. 149; Knibb, p. 140).
10 Eles subirão e pisarão na terra de seus eleitos. A terra de seus eleitos estará diante deles. The threshing-floor, o caminho, e a cidade do meu povo justo impedirão o progresso de seus cavalos. Eles se levantarão para destruir uns aos outros; sua mão direita se estenderá; o homem não conhecerá seu amigo ou seu irmão;
11 Nem o filho de seu pai ou de sua mãe; até que o número dos corpos de seus mortos seja completado, pela sua morte e punição. Nem isto acontecerá sem causa.
12 Naqueles dias a boca do inferno será aberta, na qual eles serão imersos; o inferno destruirá e tragará os pegadores da face dos eleitos.


Capítulo 55


1 Depois disto eu vi outro exército de carruagens com homens dirigindo-as.
2 E eles vieram sobre o vento do leste, desde o oeste, e do sul.(53)
Desde o sul. Literalmente "do meio do dia". (Laurence, p. 63).
3 O som do barulho de suas carruagens foi ouvido.
4 E quando aquela agitação aconteceu os santos fora do céu perceberam-na; o pilar da terra abalou-se desde a sua fundação e o som foi ouvido desde as extremidades da terra até às extremidades do céu ao mesmo tempo.
5 Então eles cairam e adoraram o Senhor dos espíritos.
6 Este é o fim da segunda parábola.


Capítulo 56


1 Então eu comecei a proferir a terceira parábola, concernente aos santos e aos eleitos.
2 Abençoados sois vós, ó santos e eleitos, pois glorioso é o vosso lugar.
3 Os santos existirão na luz do sol e os eleitos na luz da vida eterna, cujos dias de vida nunca terminarão nem os dias dos santos serão enumerados, os quais procuram pela luz e obtêm retidão com o Senhor dos espíritos.
4 Paz seja aos santos com o Senhor do mundo.
5 Daqui em diante aos santos seja dito que procurem nos céus os segredos da retidão, a porção da fé; semelhante ao sol nascido sobre a terra, enquanto a escuridão se vai. Ali haverá luz interminável; eles não entrarão em contagem de tempo, pois a escuridão será previamente destruída e a luz aumentará diante do Senhor dos espíritos; diante do Senhor dos espíritos a luz da honradez aumentará para sempre.


Capítulo 57


1 Naqueles dias meus olhos viram os segredos dos relâmpagos e seu esplendor, e o julgamento a eles pertencente.
2 Eles iluminam por bênção e por maldição, de acordo com a vontade do Senhor dos espíritos.
3 Ali eu vi os segredos do trovão quando ele agita-se acima no céu e seu som é ouvido.
4 As habitações da terra também foram mostradas a mim. O som do trovão é para paz e para bênção, tanto para o bem quanto para maldição, de acordo com a palavra do Senhor dos espíritos.
5 Depois disso, todo segredo dos esplendores e dos trovões foram vistos por mim. Para bênção e para fertilidade eles iluminam.


Capítulo 58


1 No qüinqüagésimo ano, no sétimo mês, no décimo quarto dia da vida de Enoque, naquela parábola eu vi o céu dos céus tremer, que ele tremeu violentamente e que os poderes do Altíssimo e dos anjos, milhares de milhares, e miríades de miríades, ficaram agitados com grande agitação. E quando eu olhei, o Ancião de dias estava assentado no trono de sua glória enquanto os anjos e santos estavam em pé ao redor dele. Um grande tremor veio sobre mim. Meus lombos foram curvados e soltos, meus rins foram dissolvidos; e eu caí sobre minha face. O santo Miguel, outro santo anjo, um dos santos, foi enviado, o qual me levantou.
2 E quando ele me levantou, meu espírito retornou, pois eu fui incapaz de suportar essa visão de violência, sua agitação e o choque do céu.
3 Então o santo Miguel disse-me: Por que estás perturbado com essa visão?
4 Desde então tem existido o dia da misericórdia; Ele tem sido misericordioso e longânimo com todos os que habitam sobre a terra.
5 Mas quando o tempo vier, então o poder, a punição, e o julgamento tomarão lugar, o qual o Senhor dos espíritos preparou para aqueles que se prostrarem para o julgamento da retidão, para aqueles que renunciarem àquele julgamento, e para aqueles que tomam seu nome em vão.
6 Aquele dia foi preparado para os eleitos como um dia de convênio e para os pecadores como um dia de inquisição.
7 Naquele dia dois monstros serão distribuídos como alimento (54), um monstro fêmea, cujo nome é Leviathan, habitando nas profundezas do mar, acima das fontes de águas;
Distribuídos como alimento. Ou, "separados um do outro" (Knibb, p. 143).
8 E um monstro macho, cujo nome é Behemoth, o qual possui, movendo-se em seu ventre, o deserto invisível.
9 Seu nome era Dendayen. A leste do jardim, onde os eleitos e os justos habitarão, onde ele recebeu-o de meu ancestral, desde Adão o primeiro dos homens, (55) cujo homem o Senhor dos espíritos fez.
Ele recebeu-o… primeiro dos homens. Ou, "meu bisavô foi tomado, o sétimo desde Adão" (Charles, p. 155). Isto implica que esta seção do livro foi escrita por Noé, descendente de Enoque. Os estudiosos têm especulado que esta parte do livro pode conter fragmentos do perdido Apocalipse de Noé.

10 Então eu pedi a outro anjo que me mostrasse o poder daqueles monstros, como eles se separaram naquele mesmo dia, um estando nas profundezas do mar, e o outro no seco deserto.
11 E ele disse: Tu, filho do homem, estás aqui desejoso de entendimento das coisas secretas.
12 E o anjo da paz, o qual estava comigo disse: Estes dois monstros estão preparados pelo poder de Deus para tornarem-se alimento, para que a punição de Deus não seja em vão.
13 Então crianças serão mortas com suas mães, e os filhos com seus pais.
14 E quando a punição do Senhor dos espíritos continuar, sobre eles ela continuará, para que a punição do Senhor dos espíritos não aconteça em vão. Depois do quê, o julgamento existirá com misericórdia e longanimidade.


Capítulo 59


1 Então outro anjo, o qual estava comigo, me falou,
2 E mostrou-me o primeiro e o último dos segredos em cima no céu, e nas profundezas da terra:
3 Nas extremidades do céu e nas fundações dela, e no receptáculo dos céus.
4 Ele mostrou-me como seus espíritos foram divididos; como eles foram balançados e como ambas as fontes e os ventos foram contados de acordo com a força de seu espírito.
5 Ele me mostrou o poder da luz da lua, que seu poder é justo; bem como as divisões das estrelas, de acordo com seus respectivos nomes;
6 Que cada divisão é separada; que os relâmpagos iluminam;
7 Que suas tropas imediatamente obedecem e que uma cessação toma lugar durante o trovão em continuação de seu som. Não são separados o trovão e o raio; nem eles se movem com um espírito, já que eles não são separados.
8 Pois quando os raios iluminam, o trovão soa e o espírito a um próprio período faz pausa, fazendo uma igual divisão entre eles, pois o receptáculo sobre o qual seus períodos dependem é solto como a areia. Cada um deles à sua própria estação é restringido com uma rédea e virado pelo poder do espírito, que assim impele-os de acordo com a espaçosa extensão da terra.
9 O espírito do mar é igualmente potente e forte, e um poder tão forte o faz vazar; assim ele é dirigido adiante e espalha-se contra as montanhas da terra. O espírito da geada tem seu anjo; no espírito do granizo ele é um bom anjo; o espírito da neve cessa em sua força e um espírito
solitário está nele, o qual ascende dele como vapor, e é chamado refrigeração.
10 O espírito da névoa também habita com eles em seu receptáculo, mas ele tem um receptáculo para si mesmo, pois seu progresso está no esplendor,
11 Na luz e na escuridão, no inverno e no verão. Seu receptáculo é brilho, e um anjo está nele.
12 O espírito do orvalho tem seu domicílio nas extremidades do céu, em conexão com o receptáculo da chuva e seu progresso está no inverno e no verão. A nuvem produzida por ele e a nuvem do meio se tornam unidos, um dá ao outro; e quando o espírito da chuva está em movimento de seu receptáculo, anjos vêm e, abrindo seu receptáculo, o traz adiante.
13 Quando igualmente ele é borrifado sobre toda a terra ele forma uma união com todo tipo de água no chão; pois as águas ficam na terra, porque eles fornecem nutrição para a terra desde o Altíssimo, o qual está no céu.
14 Sobre este informe, portanto há uma regulamentação na qualidade da chuva que os anjos recebem.
15 Estas coisas eu vi, todas elas, até o paraíso.


Capítulo 60


1 Naqueles dias eu vi que longos mantos foram dados àqueles anjos, os quais tomaram suas asas e fugiram em direção ao norte.
2 Eu perguntei ao anjo, dizendo: Para onde eles levaram aqueles longos mantos e para onde se foram? Ele disse: Eles foram medir.
3 O anjo, o qual continuava comigo, disse: Estas são as medidas dos justos e cordas serão trazidas para que eles possam confiar no nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
4 O eleito começará a habitar com o eleito.
5 Estas são as medidas que serão dadas pela fé, as quais fortalecerão as palavras de retidão.
6 Estas medidas revelarão todos os segredos nas profundezas da terra.
7 E acontecerá que aqueles que foram destruídos no deserto e os que foram devorados pelos peixes do mar e pelas bestas do campo, retornarão e confiarão no dia do Eleito, pois ninguém perecerá na presença do Senhor dos espíritos, nem ninguém será capaz de perecer.
8 Então eles receberam o mandamento, todos os quais estavam nos céus acima, para quem foi dado um poder combinado, voz e esplendor, semelhante ao fogo.

9 E primeiro, com suas vozes eles abençoaram-no, exaltaram-no, glorificaram-no com sabedoria e atribuiram a Ele sabedoria com a palavra e com o sopro da vida.
10 Então o Senhor dos espíritos assentado sobre o trono de sua glória, o Eleito,
11 O qual julgará todas as obras do Santo acima no céu, e numa balança Ele pesará suas ações. E quando Ele levantar Seu semblante para julgar seus caminhos secretos na palavra do nome do Senhor dos espíritos, e seu progresso no caminho do justo julgamento do altíssimo Deus;
12 Eles falarão com vozes unidas; abençoarão, glorificarão, exaltarão, e orarão em nome do Senhor dos espíritos.
13 Ele chamará a todo poder dos céus, a todo santo acima, e ao poder de Deus. O Querubim, o Serafim, o Ofanim, todos os anjos de poder e todos os anjos dos Senhores, a saber, do Eleito, e do outro Poder, o qual estava sobre a água naquele dia.
14 E levarão suas vozes unidas; abençoarão, glorificarão, orarão, e exaltarão com o espírito da fé, com o espírito da sabedoria e da paciência, com o espírito da misericórdia, com o espírito do julgamento e da paz, e com o espírito da benevolência; todos dirão com vozes unidas: Abençoado é Ele; e o nome do Senhor dos espíritos será abençoado para sempre e sempre; todos, os quais não dormem, o abençoarão acima no céu.
15 Todo santo no céu o abençoará; todo o eleito que habita no jardim da vida e todo espírito de luz que é capaz de abençoar, glorificar, exaltar, e orar em seu santo nome e todo homem mortal, (56) mais do que os poderes do céu, glorificará e abençoará seu nome para sempre e sempre.
Todo homem mortal Literalmente, "toda carne" (Laurence, p. 73).
16 Pois grande é a misericórdia do Senhor dos espíritos; longânimo Ele é; e todas as suas obras, todo o seu poder, grande como são as coisas que Ele tem feito, tem revelado aos santos e eleitos, em nome do Senhor dos espíritos.


Capítulo 61


1 Então o Senhor ordenou aos reis, príncipes, exaltados e aos que habitam na terra, dizendo: Abri vossos olhos, e elevai vossas buzinas se sois capazes de compreender o Eleito.
2 O Senhor dos espíritos assentou-se sobre o trono de sua glória.
3 E o espírito de retidão foi colocado sobre Ele.
4 A palavra de Sua boca destruirá todos os pecadores e todos os mundanos, os quais perecerão na Sua presença.

5 Naquele dia, todos os reis, príncipes, exaltados e todos os que possuem a terra se colocarão em pé, verão e perceberão Aquele que está assentado no trono da Sua glória, que diante dEle os santos serão julgados em retidão,
6 e que nada que será falado diante dEle será falado em vão.
7 Inquietação virá sobre eles, como sobre uma mulher em trabalho de parto, cujo labor é severo, quando seu filho vem à boca do ventre e ela encontra-se em dificuldade de dar à luz.
8 Uma porção deles olhará para a outra. Eles ficarão atônitos e baixarão seu semblante,
9 e aflição os prenderá quando virem o Filho da mulher assentado sobre o seu trono de glória.
10 Então os reis, príncipes e todos os que possuem a terra glorificarão Aquele que tem domínio sobre todas as coisas, Aquele que esteve em conselho; pois desde o princípio o Filho do homem existiu em segredo, o qual o Altíssimo preservou na presença do Seu poder e foi revelado aos eleitos.
11 Ele semeará a congregação dos santos e dos eleitos, e todo eleito ficará diante dEle naquele dia.
12 Todos os reis, príncipes, exaltados e aqueles que governam sobre toda a terra cairão sobre suas faces diante dEle, e O adorarão.
13 Eles colocarão suas esperanças neste Filho do homem, orarão a Ele e implorarão por misericórdia.
14 Então o Senhor dos espíritos se apressará em expulsá-los da Sua presença. Suas faces ficarão cheias de confusão e suas faces se cobrirão de escuridão. Os anjos os tomarão para castigo, aquela vingança poderá ser infligida naqueles que têm oprimido Seus filhos e Seus eleitos. E eles se tornarão como um exemplo aos santos, aos Seus eleitos. Através deles estes serão feitos jubilosos, pois a ira do Senhor dos espíritos descansará sobre eles.
15 Então a espada do Senhor dos espíritos se embebedará com seu sangue, mas os santos e eleitos serão salvos naquele dia; a face dos pecadores e dos mundanos daquele tempo em diante eles não verão.
16 O Senhor dos espíritos permanecerá sobre eles:
17 e com este Filho do homem eles habitarão, comerão, deitarão e levantarão, para sempre e sempre.
18 Os santos e eleitos têm se levantado da terra. Têm deixado de deprimir seus semblantes e terão sido vestidos com a vestimenta da vida. Aqueles vestidos da vida estão com o Senhor dos espíritos, em cuja presença suas vestes não envelhecerão nem será diminuída sua glória.


Capítulo 62


1 Naqueles dias os reis que possuíram a terra serão punidos pelos anjos de Sua ira, onde quer que eles lhes sejam entregues, para que Ele possa dar descanso por um curto período de tempo; e para que eles prostem-se diante dEle e adorem o Senhor dos espíritos, confessando seus pecados diante dEle.
2 Eles abençoarão e glorificarão o Senhor dos espíritos dizendo: Abençoado é o Senhor dos espíritos, o Senhor dos reis, o Senhor dos ricos, o Senhor da glória, e o Senhor da sabedoria.
3 Ele iluminará toda coisa secreta.
4 Seu poder é de geração a geração e Sua glória para sempre e sempre.
5 Profundos são todos os Seus segredos e incontáveis; sua retidão não pode ser calculada.
6 Agora nós sabemos que devemos glorificar e abençoar o Senhor dos reis o qual é Rei sobre todas as coisas.
7 Eles também dirão: Quem nos tem permitido ficar para glorificar, louvar, abençoar, e confessar na presença da Sua glória?
8 E agora pequeno é o repouso que nós desejamos, mas nós não o encontramos; nós rejeitamos e não o possuímos. Luz passou diante de nós e escuridão tem coberto nossos tronos para sempre.
9 Pois nós não confessamos diante dEle; não temos glorificado o nome do Senhor dos reis; não temos glorificado o Senhor em todas as Suas obras, mas temos confiado no cetro do nosso próprio domínio e da nossa glória.
10 Naquele dia do nosso sofrimento e da nossa angústia Ele não nos salvará, nem encontraremos descanso. Confessamos que nosso Senhor é fiel em todas as Suas obras, em todos os Seus julgamentos e em Sua retidão.
11 Em Seus julgamentos Ele não paga respeito a pessoas; e nós devemos apartar-nos de Sua presença por causa de nossos maus atos.
12 Todos os nossos pecados são verdadeiramente sem número.
13 Então eles dirão a si mesmos: Nossas almas estão saciadas com os instrumentos de crime;
14 mas que não nos impede de descer ao ventre flamejante do inferno.
15 Daí em diante seus semblantes se encherão de escuridão e confusão diante do Filho do homem, de cuja presença eles serão expulsos e diante do qual a espada permanecerá expelindo-os.

16 Assim diz o Senhor dos espíritos: Este decreto e o julgamento contra os príncipes, os reis, os exaltados, e aqueles que possuem a terra, na presença do Senhor dos espíritos.


Capítulo 63


1 Eu vi outros semblantes naquele lugar secreto. Ouvi a voz de um anjo, dizendo: Estes são os anjos que desceram do céu à terra, revelaram segredos aos filhos dos homens e seduziram os filhos dos homens para cometerem pecado.


Capítulo 64


(Nota: Os capítulos 64, 65, 66 e o primeiro versículo do 67 evidentemente contêm a versão de Noé e não de Enoque — Laurence, p. 78.)

1 Naqueles dias Noé viu que a terra inclinou-se, e que destruição aproximava-se.
2 Então ele levantou seus pés e foi para os confins da terra, para a habitação do seu bisavô Enoque.
3 E Noé clamou com uma amarga voz: Ouvi-me, ouvi-me, ouvi-me, três vezes. E ele disse: Dize-me o que está ocorrendo sobre a terra, pois a terra trabalha e é violentamente abalada. Certamente eu perecerei com ela.
4 Depois disso houve uma grande perturbação na terra e uma voz foi ouvida desde o céu. Eu caí sob minha face, então meu bisavô Enoque veio e colocou-se ao meu lado.
5 Ele disse-me: Por que clamas a mim com um amargo clamor e lamentação?
6 Um mandamento partiu do Senhor contra aqueles que habitam na terra para que eles sejam destruídos, pois eles conhecem todo segredo dos anjos, toda obra opressiva, o poder secreto dos demônios (58) e todo poder daqueles que cometem sortilégios, tanto quanto daqueles que fazem imagens fundidas em toda a terra.
Os demônios. Literalmente, "os Satãs" (Laurence, p. 78).
7 Eles sabem como a prata é produzida do pó da terra e como na terra a gota metálica existe, pois o chumbo e o estanho não são produzidos da terra como fonte primária de sua produção.
8 Há um anjo colocado sobre ela, e o anjo luta para prevalecer.
9 Depois disso meu bisavô Enoque agarrou-me com sua mão, levantando-me e disse-me: Vai, pois eu pedi ao Senhor dos espíritos a respeito desta perturbação da terra; o qual respondeu: Por conta da impiedade deles, seus inumeráveis julgamentos foram consumados diante de mim. Com respeito às luas eles inquiriram, e têm conhecimento de que a terra perecerá com aqueles que habitam sobre ela, (59) e que estes não terão lugar de refúgio para sempre.
Com respeito às luas… habitam sobre ela. Ou, "Por causa dos sortilégios que eles procuraram e aprenderam, a terra e aqueles que habitam sobre ela serão destruídos" (Knibb, p. 155).
10 Eles descobriram segredos, e eles são aqueles que têm sido julgados; mas não você, meu filho. O Senhor dos espíritos sabe que tu és puro e bom, livre da reprovação do descobrimento de segredos.
11 Ele, o Santo, estabelecerá Seu nome no meio dos santos e te preservará daqueles que habitam sobre a terra. Ele estabelecerá tua semente em retidão com domínio e grande glória, (60) e da tua semente se espalhará retidão, e homens santos sem número para sempre.
Com domínio… glória. Literalmente, "para reis, e para grande glória" (Laurence, p. 79).


Capítulo 65


1 Depois disso ele mostrou-me os anjos de punição, os quais estão preparados para vir e abrir todas as águas poderosas sob a terra:
2 para que elas possam ser para julgamento e para destruição de todos aqueles que permanecem e habitam sobre a terra.
3 O Senhor dos espíritos ordenou aos anjos que saíram, para não tomarem os homens, mas preservá-los,
4 pois aqueles anjos presidem sobre todas as poderosas águas. Então eu saí da presença de Enoque.


Capítulo 66


1 Naqueles dias a palavra de Deus veio a mim, e disse: Vê Noé, tua sorte ascendeu a Mim, uma sorte imune de crime, uma sorte amada e superior.
2 Agora então os anjos trabalharão as árvores, (61), mas enquanto eles procedem nisto, eu colocarei minha mão sobre elas e as preservarei.
(Trabalharão nas árvores. Ou, "estão fazendo uma (estrutura de) madeira" — Knibb, p. 156.)
3 A semente da vida se erguerá dela e uma mudança tomará lugar para que a terra seca não seja deixada vazia. Eu estabelecerei tua semente diante de mim para sempre e sempre, e a semente daqueles que habitarem contigo na superfície da terra. Ela será abençoada e multiplicada na presença da terra, em nome do Senhor.
4 Eles confinarão aqueles anjos que descobriram impiedade. Naquele vale ardente é que eles serão confinados, o qual a princípio meu bisavô mostrou-me no oeste, onde há montanhas de ouro e prata, de ferro, de metal fluído, e de estanho.
5 Eu vi aquele vale no qual há uma grande perturbação e onde as águas são agitadas.
6 E quando tudo isto foi executado, da massa fluída de fogo e na perturbação que prevaleceu (62) naquele lugar, levantou-se um forte cheiro de enxofre que se misturou com as águas; e o vale dos anjos que haviam sido culpados de sedução, queimou-se debaixo da terra.
(A perturbação que prevaleceu. Literalmente, "perturbou-os" — Laurence, p. 81.)
7 Através daquele vale rios de fogo também estavam fluindo, para os quais aqueles anjos serão condenados, os quais seduziram os habitantes da terra.
8 E naqueles dias estas águas serão para os reis, aos príncipes, aos exaltados e para os habitantes da terra, para a cura da alma e do corpo e para o julgamento do espírito.
9 Seus espíritos serão cheios de festa (63) para que eles possam ser julgados em seus corpos; porque eles negaram o Senhor dos espíritos, e apesar de perceberem sua condenação dia após dia, não acreditaram em seu nome.
(Festa. Ou, "luxúria" — Knibb, p. 157.)
10 E como a inflamação de seus corpos será grande, assim seus espíritos sofrerão uma transformação para sempre.
11 Pois nenhuma palavra que é pronunciada diante do Senhor dos espíritos será em vão.
12 Julgamento veio sobre eles porque confiaram em sua luxúria carnal, e negaram o Senhor dos espíritos.
13 Naqueles dias as águas daquele vale serão transformadas, pois enquanto os anjos forem julgados, o calor daquelas fontes de água sofrerá uma alteração.
14 E enquanto os anjos ascenderem, a água das fontes novamente sofrerá uma alteração e congelará. Então eu ouvi o santo Miguel respondendo e dizendo: Este julgamento, com o qual os anjos serão julgados, dará testemunho contra os reis, príncipes e aqueles que possuem a terra.
15 Pois estas águas de julgamento serão para sua cura e para a morte (64) de seus corpos. Mas eles não perceberão e não acreditarão que as águas serão transformadas e tornadas como fogo, que arderá para sempre.
(Morte. Ou, "luxúria" — Charles, p. 176; Knibb, p. 158.)


Capítulo 67


1 Depois disto ele deu-me as marcas características (65) de todas as coisas secretas do livro do meu bisavô Enoque, e nas parábolas que haviam sido dadas a ele; inserindo-as para mim entre as palavras do livro das parábolas.
(Marcas características. Literalmente, "os sinais" — Laurence, p. 83.)
2 Naquele momento o santo Miguel respondeu e disse a Rafael: O poder do espírito precipita-me daqui e impele-me para fora. A severidade do julgamento, do secreto julgamento dos anjos, quem é capaz de observar a resistência daquele severo julgamento que aconteceu e se tornou permanente — sem ser dissolvido no seu lugar?
3 Novamente o santo Miguel respondeu e disse ao santo Rafael: Quem está lá, cujo coração não se abrandou por isto, e cujos rins não se afligiram com esta coisa?
4 Julgamento saiu contra eles por aqueles que assim arrastaram-nos para fora; e que se foram, quando eles estavam na presença do Senhor dos espíritos.
5 De igual maneira também o santo Rafael disse a Miguel: Eles não estarão diante do olho do Senhor (66) já que o Senhor dos espíritos foi ofendido por eles, pois como Senhores (67) eles têm-se conduzido. Portanto Ele traz sobre eles um secreto julgamento para sempre e sempre.
(Eles não... olho do Senhor. Ou, "Eu não tomarei parte sob o olho do Senhor" — Knibb, p. 159.)
(Pois como Senhores. Ou, "pois eles agiram como se fossem o Senhor" — Knibb, p. 159.)
6 Pois nem o anjo, nem o homem recebe uma porção dele, mas eles só receberão seu próprio julgamento para sempre e sempre.


Capítulo 68


1 Depois deste julgamento eles estarão assombrados e irritados, pois serão exibidos aos habitantes da terra.
2 Eis os nomes destes anjos. Estes são seus nomes: O primeiro deles é Samyaza; o segundo é Arstikapha; o terceiro é Armen; o quarto, Kakabael; o quinto, Turel; o sexto, Rumyel; o sétimo, Danyal; o oitavo, Kael; o nono, Barakel; o décimo, Azazel; o décimo primeiro, Armers; o décimo segundo, Bataryal; o décimo terceiro, Basasael; o décimo quarto, Ananel; o décimo quinto, Turyal; o décimo sexto, Simapiseel; o décimo sétimo, Yetarel; o décimo oitavo, Tumael; o décimo nono, Tarel; o vigésimo, Rumel; o vigésimo primeiro, Azazyel.
3 Estes são os principais (chefes) dos anjos, e os nomes dos líderes de suas centenas, e seus líderes de cinqüenta, e os líderes de suas dezenas.

4 O nome do primeiro é Yekun: (68) ele foi quem seduziu todos os filhos dos santos anjos e fez com que descessem à terra, conduzindo desencaminhadamente a descendência dos homens.
Yekun pode simplesmente significar "o rebelde" (Knibb, p. 160).
5 O nome do segundo é Kesabel, o qual apontou mau conselho aos filhos dos santos anjos e conduziu-os a corromperem seus corpos gerando humanos.
6 O nome do terceiro é Gadrel: ele descobriu todo golpe de morte aos filhos dos homens.
7 Ele seduziu Eva e descobriu aos filhos dos homens os instrumentos de morte, o casaco de malha, o escudo, e a espada para matança; todo instrumento de morte para os filhos dos homens.
8 Estas coisas derivaram de suas mãos para os que habitam sobre a terra daquele período para sempre.
9 O nome do quarto é Penemue: ele descobriu aos filhos dos homens o amargor e a doçura,
10 E mostrou a eles todo segredo de sua sabedoria.
11 Ele ensinou os homens a entenderem o escrito e o uso de tinta e papel.
12 Portanto, numerosos têm sido aqueles que têm se estraviado em todo período do mundo, mesmo até este dia.
13 Os homens não nasceram para isto, assim com pena e tinta, para confirmar sua fé;
14 Desde então eles não criaram, exceto que, como os anjos, eles podem permanecer retos e puros.
15 Nem poderiam morrer, o que destrói tudo, tem afetado-os;
16 Mas por este seu conhecimento eles perecem, e por isto também seu poder os consome.
17 O nome do quinto é Kasyade: ele descobriu aos filhos dos homens todo iníquo golpe de espíritos e de demônios:
18 O golpe do embrião no ventre, para diminuí-lo; (69) o golpe do espírito pela mordida da serpente, e o golpe que é dado ao meio-dia pelo filho da serpente, cujo nome é Tabaet. (70)
O golpe… para diminuí-lo. Ou, "o soco (com ataque, agressão) ao embrião no ventre para que seja abortado" (Knibb, p. 162).
Tabaet. Literalmente, "macho" ou "forte" (Knibb, p. 162).
19 Este é o número de Kasbel; a parte principal do juramento que o Altíssimo, habitando em glória, revelou aos santos.
20 Seu nome é Beka. Ele falou ao santo Miguel para que revelasse a eles o nome sagrado, para que eles pudessem entender o sagrado nome e assim lembrar do juramento; e para que aqueles que apontaram toda coisa secreta aos filhos dos homens possam tremer sob aquele nome e juramento.
21 Este é o poder do juramento; pois poderoso ele é, e forte.
22 E estabelecido este juramento de Akae pela instrumentalidade do santo Miguel.
23 Estes são os segredos deste juramento, e por ele eles foram confirmados.
24 Os céus estiveram em suspenso por ele antes que o mundo fosse feito, para sempre.
25 Por ele a terra foi inundada no dilúvio enquanto das partes escondidas dos montes as águas agitadas as águas saíram desde a criação até o fim do mundo.
26 Por este juramento o mar foi formado e a sua fundação.
27 Durante o período desta fúria ele estabeleceu a areia contra ele, a qual continua imutável para sempre, e por este juramento o abismo foi feito forte; e não é removível de sua estação para sempre e sempre.
28 Por este juramento o sol e a lua completam seu progresso nunca se desviando do comando que lhes foi dado para sempre e sempre.
29 Por este juramento as estrelas completam seu progresso,
30 E quando seus nomes forem chamados eles retornarão em resposta, para sempre e sempre.
31 Então nos céus tomam lugar os sopros dos ventos: todos eles têm respiração (71) e efetuam uma completa combinação de respirações.
Respiração. Ou, "espíritos" (Laurence, p. 87).
32 Ali os tesouros do trovão são mantidos e o esplendor do relâmpago.
33 Ali são guardados os tesouros do granizo e da neblina, os tesouros da neve, os tesouros da chuva e do orvalho.
34 Todos estes confessam e louvam diante do Senhor dos espíritos.
35 Eles glorificam com todo seu poder de súplica; e Ele os sustém em todo aquele ato de agradecimento enquanto eles louvam, glorificam e exaltam o nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
36 E com eles ele estabelece este juramento, pelo qual eles e seus caminhos são preservados, e seus progressos não perecem.
37 Grande foi sua alegria.
38 Eles abençoaram, glorificaram, e exaltaram porque o nome do Filho do homem lhes foi revelado.
39 Ele assentou-se sobre o trono de Sua glória, e a parte principal do julgamento foi designada e Ele, o Filho do homem. Os pecadores perecerão e desaparecerão da face da terra, enquanto aqueles que os seduziram serão amarrados com correntes para sempre.
40 De acordo com seus graus de corrupção eles serão aprisionados, e todas as suas obras desaparecerão da face da terra; desde então ali não haverá ninguém para corromper, pois o Filho do homem foi visto assentado sobre Seu trono de glória.
41 Toda iniquidade desaparecerá e se apartará de diante de Sua face; a palavra do Filho do homem se tornará poderosa na presença do Senhor dos espíritos.
42 Esta é a terceira parábola de Enoque.


Capítulo 69


1 Depois disto o nome do Filho do homem, vivendo com o Senhor dos espíritos, foi exaltado pelos habitantes da terra.
2 Ele foi exaltado nas carruagens do Espírito e o seu nome estava no meio deles.
3 Desde aquele tempo eu não fui arrancado do meio deles; mas Ele assentou-se entre dois espíritos, entre o norte e o oeste, onde os anjos receberam seus cordões, para medir o lugar para os eleitos e os justos.
4 Ali eu vi os pais dos primeiros homens e os santos que habitam naquele lugar para sempre.


Capítulo 70


1 Depois disso meu espírito foi ocultado, ascendendo aos céus. Eu vi os filhos dos santos anjos andando em chamas de fogo, cujas vestimentas e mantos eram brancos e cujos semblantes eram transparentes como cristal.
2 Eu vi dois rios de fogo brilhando como o jacinto.
3 Então caí sobre minha face diante do Senhor dos espíritos.
4 E Miguel, um dos arcanjos, tomou-me pela mão direita e levantou-me, e trouxe-me para onde estava todo segredo de misericórdia e retidão.
5 Ele me mostrou todas as coisas ocultas das extremidades do céu, todos os receptáculos das estrelas e o seu esplendor, desde quando elas saíram de diante da face do Santo.
6 Ele escondeu o espírito de Enoque no céu dos céus.
7 Ali eu vi no meio daquela luz uma construção levantada com pedras de gelo,
8 E no meio destas pedras vi vibrações de (72) fogo vivo. Meu espírito viu ao redor o círculo desta habitação flamejante em uma de suas extremidades; que ali havia rios cheios de fogo vivo, o qual cercava-a.
Vibrações. Literalmente, "línguas" (Laurence, p. 90).
9 Então o Serafim, o Querubim, e o Ophanin (73) rodearam-na: estes são aqueles que nunca adormecem, mas vigiam o trono de Sua glória.
Ophanin. As "rodas" Ezequiel 1:15-21 (Charles, p. 162).
10 Eu vi inumeráveis anjos, milhares de milhares, e miríades de miríades, as quais rodeavam aquela habitação.
11 Miguel, Rafael, Gabriel, Phanuel e os santos anjos que estavam acima nos céus foram e saíram dele. Miguel, Rafael, e Gabriel saíram daquela habitação, e santos anjos inumeráveis.
12 Estava com eles o Ancião de dias, cuja cabeça era branca como o algodão, e pura, e seu manto era indescritível.
13 Então eu caí sobre minha face enquanto toda minha carne era dissolvida, e meu espírito tornou-se transformado.
14 Eu clamei com alta voz com um poderoso espírito, abençoando, glorificando, e exaltando.
15 E aquelas bênçãos que procediam da minha boca tornaram-se aceitáveis na presença do Ancião de dias.
16 O Ancião de dias veio com Miguel e Gabriel, e Rafael e Phanuel, com milhares de milhares, e miríades de miríades, que não podiam ser enumerados.
17 Então aquele anjo veio a mim, com sua voz saudou-me, dizendo: Tu és o Filho do homem, (74) o qual é nascido para retidão, e retidão descançou sobre ti.
Filho do homem. A tradução original de Laurence muda essa frase para "descendência do homem", Knibb (p. 166) e Charles (p. 185) indicam que deve ser "Filho do homem" consistente com outras ocorrências daquele termo no livro de Enoque.
18 A retidão do ancião de dias não te esquecerá.
19 Ele disse: Em ti Ele conferirá paz em nome do mundo existente; por isso a paz tem existido desde que o mundo foi criado.
20 E assim acontecerá a ti para sempre e sempre.
21 Todos os que existirão e caminharão em seus caminhos de retidão, não te esquecerão para sempre.
22 Contigo estarão suas habitações, contigo seu destino; de ti eles não serão separados para sempre e sempre.
23 E assim o prolongamento dos dias estará com o Filho do homem. (75)
Filho do homem. Literalmente, "descendência do homem", ou "o Cristo que vem da descendência do homem".
24 A paz será para os justos e os retos possuirão o caminho da integridade, em nome do Senhor dos espíritos, para sempre e sempre.


Capítulo 71


1 O livro das revoluções das luminárias dos céus, de acordo com suas respectivas classes, seus respectivos poderes, seus respectivos períodos, seus respectivos nomes, os lugares onde elas começam seu progresso e seus respectivos meses, que Uriel, o santo anjo que estava comigo, explicou-me; aquele que as administra. Toda a conta delas de acordo com o exato ano do mundo para sempre, até que um novo trabalho seja efetuado, o qual será eterno.
2 Esta é a primeira lei das luminárias. O sol e a luz chegam aos portões que estão ao leste, ao oeste e no oeste dele, nos portões ocidentais do céu.
3 Eu vi os portões onde o sol sai e os portões onde o sol se põe,
4 Em cujos portões também a lua nasce e se põe; Eu vi os condutores das estrelas, entre aqueles que precedem-nas; seis portões estão no nascente, e seis no poente do sol.
5 Todos estes, respectivamente, um depois do outro, estão em nível; e numerosas janelas estão ao lado direito e ao lado esquerdo destes portões.
6 Primeiro avança aquela grande luminária, a qual é chamada sól, cuja órbita é a órbita do céu, toda ela está repleta com esplêndido e flamejante fogo.
7 Sua carruagem, onde ela ascende, o vento sopra.
8 O sól se põe no céu e retornando pelo norte, para seguir em direção ao leste, é conduzido assim enquanto entra por aquele portão e ilumina a face do céu.
9 Da mesma maneira ele sai no primeiro mês pelo grande portão.
10 Ele sai através do quarto daqueles seis portões, que estão ao nascente do sól.
11 E no quarto portão, através do qual o sól com a lua prosseguem, na primeira parte dele, (76) lá existem doze janelas abertas das quais sai uma chama quando elas estão abertas em seus próprios períodos.
Através do qual… parte dele. Ou, "do qual o sol se levanta no primeiro mês" (Knibb, p. 168).
12 Quando o sol se levanta no céu ele sai através deste quarto portão por três dias, e pelo quarto portão ao oeste do céu no nível em que ele descende.
13 Durante aquele período o dia é prolongado durante o dia, e a noite encurtado durante a noite por trinta dias. E então o dia é mais longo que a noite por duas partes.
14 O dia é precisamente, dez partes, e a noite é oito.


Capítulo 72


1 Depois disso eu vi outra lei de uma luminária inferior, o nome da qual é a lua, e a órbita da qual é como a órbita do céu.
2 Sua carruagem, a qual secretamente ascende, o vento sopra; e luz é dada a ela por medida.
3 Cada mês em sua saída e entrada ela torna-se transformada; e seus períodos são como os períodos do sól. E quando de igual maneira sua luz é para existir, (79) sua luz é uma sétima porção da luz do sol.
E quando de… é para existir. Isto é, quando a lua está cheia (Knibb, p. 171).
4 Assim ela nasce, e seu começo em direção ao leste sai por trinta dias.
5 Naquele tempo ela aparece, e torna-se para você o começo do mês. Trinta dias ela está com o sól no portão do qual o sól nasce.
6 Metade dela está em prolongamento sete porções, uma metade; e o total de sua órbita é sem luz, exceto uma sétima porção de quatorze porções de sua luz. E de dia ela recebe uma sétima porção, ou a metade daquela porção, de sua luz. Sua luz é por sete, por uma porção, e pela metade de uma porção. Seus crepúsculos com o sól.
7 E quando o sol nasce, a lua nasce com ele; e recebe metade de uma porção de luz.
8 Nesta noite, quando ela começa seu período, previamente para o dia do mês, a lua se põe com o sól.
9 E naquela noite ela é escura em suas décimas quartas porções, que é, em cada metade; mas ela nasce naquele dia com uma sétima porção precisamente, e em seu progresso declina do nascer do sól.
10 Durante o restante de seu período sua luz aumenta em quatorze porções.


Capítulo 73


1 Então eu vi outro progresso e regulações que Ele efetuou na lei da lua. O progresso das luas, e tudo o que se relaciona com ela, Uriel mostrou-me, o santo anjo que administra a todos.
2 Suas estações eu escrevi enquanto ele mostrava-os a mim.
3 Eu escrevi teus meses, como eles ocorrem, e a aparência de sua luz, até que ela é completada em quinze dias.
4 Em cada um de seus dois sétimos de porções ela completa toda sua luz ao nascer e se pôr.

5 Em determinados meses ela muda seus crepúsculos; e em determinados meses ela faz seu progresso através de cada portão. Em dois portões a lua se põe com o sól, viz. Naqueles dois portões que estão no meio, no terceiro e no quarto portão. Do terceiro portão ela sai por sete dias, e faz seu circuito.
6 Novamente ela retorna para o portão do qual o sól nasce, e naquele ela completa toda a sua luz. Então ela declina do sól, e entra por oito dias no sexto portão, e retorna em sete dias para o terceiro portão, no qual o sól nasce.
7 Quando o sól prossegue para o quarto portão, a lua sai por sete dias, até ela passar do quinto portão.
8 Novamente ela retorna em sete dias para o quarto portão, e completando toda a sua luz, declina, e passa pelo primeiro portão em oito dias;
9 E retorna em sete dias para o quarto portão, do qual o sól nasce.
10 Assim eu vi suas estações, como de acordo com a ordem fixada dos meses o sól nasce e se põe.
11 Nesses tempos há um excesso de trinta dias pertencentes ao sól em cinco anos; todos os dias pertencentes a cada ano de cinco anos, quando completados, somam trezentos e sessenta e quatro dias; e ao sól e às estrelas; belys em cada um dos cinco anos; assim trinta dias pertencem a eles;
12 De modo que a lua tem trinta dias a menos que o sól e as estrelas.
13 A lua traz em todos os anos exatamente, para que suas estações possam vir nem tão adiante nem tão para trás um simples dia; mas que os anos possam ser mudados com correta precisão nos trezentos e sessenta e quatro dias. Em três anos os dias são mil e noventa e dois; em cinco anos eles são mil oitocentos e vinte; e em oito anos dois mil novecentos e vinte dias.
14 Para a lua só corresponde em três anos mil e sessenta e dois dias; em cinco anos ela tem cinquenta dias menos que o sól, pois uma adição sendo feita a mil e sessenta e dois dias, em cinco anos há mil setecentos e setenta dias; e os dias da lua em oito anos são dois mil oitocentos e trinta e dois dias.
15 Pois os seus dias em oito anos são menos que aqueles do sol por oitenta dias, cujos oitenta dias são sua diminuição em oito anos.
16 O ano então se torna verdadeiramente completo de acordo com a estação da lua, e a estação do sol; o qual nasce em diferentes portões; o qual nasce e se põe neles por trinta dias.


Capítulo 74


1 Estes são os líderes dos chefes dos milhares, os quais presidem sobre toda criação, e sobre todas as estrelas; com os quatro dias que são adicionados e nunca se separam do lugar a eles determinados, de acordo com o cálculo completo do ano.
2 E estes servem quatro dias, os quais não são contados no cálculo do ano.
3 Com respeito a eles, os homens erram grandemente, pois estas luminárias verdadeiramente servem, no lugar de habitação do mundo, um dia no primeiro portão, um dia no terceiro portão, um dia no quarto portão, e um dia no sexto portão.
4 E a harmonia do mundo torna-se completa a cada trezentos e sessenta e quatro estados dele. Para os sinais.
5 As estações,
6 Os anos,
7 E Uriel me mostrou os dias; o anjo que o Senhor da glória escolheu sobre todas as luminárias.
8 Do céu no céu, e no mundo; para que possa governar na face do céu, e aparecendo sobre a terra, se tornam
9 Condutores dos dias e noites: o sól, a lua, as estrelas, e todas as luminárias do céu, que fazem seu circuito com todas as carruagens do céu.
10 Então Uriel me mostrou doze portões abertos para o circuito das carruagens do sól no céu, no qual os raios do sól batem.
11 Deles procede calor sobre a terra, quando eles são abertos em suas determinadas estações. Eles são para os ventos, e o espírito da neblina, quando em suas estações eles são abertos; abertos no céu nas suas extremidades.
12 Doze portões eu vi no céu, nas extremidades da terra, através dos quais o sól, a lua e estrelas, e todas as obras do céu, procedem no seu nascer e no seu crepúsculo.
13 Muitas janelas também são abertas à direita e à esquerda.
14 Uma janela numa certa estação se torna extremamente quente. Assim também estão portões dos quais as estrelas saem quando são comandadas, e nos quais se põem de acordo com seu número.
15 Eu vi igualmente as carruagens do céu, correndo no mundo acima daqueles portões nos quais as estrelas voltam, que nunca se põem. Um deles é maior de todos, que vai ao redor de todo o mundo.


Capítulo 75


1 E nas extremidades da terra eu vi doze portões abertos para todos os ventos, dos quais eles saem e sopram sobre a terra.
2 Três deles estão abertos em frente do céu, três no oeste, três no lado direito do céu, e três no lado esquerdo. Os três primeiros são aqueles que estão virados para o leste, três estão virados para o norte, três atrás daqueles que estão sobre a esquerda, virados para o sul, e três para o oeste.
3 De quatro deles saem ventos de bênção, e de cura; e de oito vêm ventos de punição ou castigo; quando eles são enviados para destruir a terra, e o céu acima dela, todos os seus habitantes, e tudo o que está nas águas, ou na terra seca.
4 O primeiro destes ventos procede do portão chamado o oriental, através do primeiro portão ao leste, o qual se inclina para o sul. Deste portão sai destruição, seca, calor, e perdição.
5 Do segundo portão, o do meio, procede igualmente justiça. Daí saem chuva, frugalidade, saúde e orvalho; e do terceiro portão ao norte, vêm o frio e a seca.
6 Depois destes procedem os ventos do sul através de três principais portões; através do seu primeiro portão, que inclina-se para o leste, vem um vento quente.
7 Mas do portão do meio vem um agradável odor, orvalho, chuva, saúde e vida.
8 Do terceiro portão, que está ao oeste, vem orvalho, chuva, ruína e destruição.
9 Depois destes estão os ventos do norte, que é chamado mar. Eles vêm dos três portões. O primeiro (80) portão é aquele que está ao leste, inclinando-se ao sul; deste vem orvalho, chuva, ruína e destruição. Direto do portão do meio vem chuva, orvalho, vida e saúde. E do terceiro portão, que está ao leste, inclinando-se ao sul, vem névoa, geada, neve, chuva, orvalho e destruição.
Primeiro. Ou, "sétimo" (Knibb, p. 178).
10 Depois destes, no quarto quadrante estão os ventos do oeste. Do primeiro portão, inclinando-se ao norte, vem orvalho, chuva, geada, frio, neve e frio; do portão do meio vem chuva, saúde e bênção;
11 E do último portão, que está ao sul, vem seca, destruição, queima e perdição.
12 O informe dos doze portões dos quatro quadrantes do céu está terminada.
13 Todas as suas leis, todas as suas imposições de punição, e a saúde produzida por eles, eu expliquei a ti, meu filho Matusalém. (81)

Matusalém. Filho de Enoque, Cp. Gen. 5:21.


Capítulo 76


1 O primeiro vento é chamado oriental, porque é o primeiro.
2 O segundo é chamado do sul, porque o Altíssimo desce, e frequentemente ali desce aquele que é abençoado para sempre.
3 O vento ocidental tem o nome de diminuição, porque ali todas as luminárias do céu estão diminuídas, e descem.
4 O quarto portão, cujo nome é do norte, é dividido em três partes; uma das quais é para a habitação do homem; outra parte para mares de águas, com vales, bosques, rios, lugares sombrios, e neve, e a terceira parte contém o paraíso.
5 Sete altas montanhas eu vi, mais altas do que todas as montanhas da terra, de onde o congelamento procede; enquanto os dias, estações, e anos apartam-se e passam.
6 Sete rios eu vi sobre a terra, maiores que todos os rios, um dos quais toma seu curso do oeste; para um grande mar suas águas fluem.
7 Dois vêm do norte para o mar, suas águas fluem para o Mar da Eritréia, (82) no leste. E com respeito aos outros quatro, eles tomam seu curso na cavidade do norte, dois para seu mar, o mar da Eritréia, e dois são derramados num grande mar, onde também é dito que é um deserto.
O Mar Vermelho.
8 Sete grandes ilhas eu vi no mar da terra. Sete no grande mar.


Capítulo 77


1 Os nomes do sól são estes: um é Aryares, o outro Tomas.
2 A lua tem quatro nomes. O primeiro é Asonya; o segundo, Ebla; o terceiro, Benase; e o quarto, Erae.
3 Estes são as duas grandes luminárias, cujas órbitas são como as órbitas do céu; e as dimensões de ambos são iguais.
4 Na órbita do sól há uma sétima porção de luz, a qual é adicionada àquela que vem da lua. (83) Por medida e measure it is put in, até a sétima porção da luz do sól é passada. Eles se põem, entram no portão ocidental, circulam pelo norte, e através do portão oriental passam pela face do céu.
Uma sétima porção… da lua. Ou, "sete partes da luz que são adicionadas e ele mais do que à lua" (Knibb, p. 182).
5 Quando a lua nasce, ela aparece no céu; e a metade da sétima porção de luz é tudo o que está nela.
6 Em quarenta dias toda a sua luz é completada.

7 Por três quíntuplos de luz são colocados nela, até que em quinze dias sua luz é completada, de acordo com os sinais do ano; ela tem três quíntuplos.
8 A lua tem a metade de uma sétima porção.
9 Durante sua diminuição no primeiro dia sua luz decresce uma décima quarta parte; no segundo dia é diminuída uma décima terceira parte; no terceiro dia uma décima segunda parte; no quarto dia uma décima primeira parte; no quinto dia uma décima parte; no sexto dia uma nona parte; no sétimo dia ela decresce uma oitava parte; no oitavo dia ela decresce uma sétima parte; no nono dia ela decresce uma sexta parte; no décimo dia ela decresce uma quinta parte; no décimo primeiro dia ela decresce uma quarta parte; no décimo segundo dia ela decresce uma terceira parte; no décimo terceiro dia ela decresce uma segunda parte; no décimo quarto dia ela decresce a metade de uma sétima parte; e no décimo quinto dia todo o restante da sua luz é consumido.
10 Nos meses declarados a lua tem vinte e nove dias.
11 Ela também tem um período de vinte e oito dias.
12 Uriel igualmente mostrou-me outro regulamento, quando a luz é derramada nela vinda do sól.
13 Todo o tempo em que a lua está em progresso com a sua luz, it is poured into it na presença do sól, até que sua luz em quatorze dias seja completada no céu.
14 E quando é totalmente extinta, sua luz é consumida no céu; e no primeiro dia ela é chamada lua nova, pois naquele dia luz é recebida nela.
15 Ela torna-se precisamente completa no dia em que o sól desce no oeste, enquanto a lua sobe à noite do leste.
16 A lua então brilha toda a noite, até que o sól se levante diante dela; quando a lua desaparece diante do sól.
17 De onde a luz vem para a lua, ali novamente ela decresce, até que toda sua luz seja extinguida, e os dias da lua passam.
18 Então sua órbita permanece solitária sem luz.
19 Durante três meses ela efetua em trinta dias, a cada mês seu período; e durante mais três meses ela efetua-o em vinte e nove dias. Estes são os tempos nos quais ela efetua seu decrécimo em seu primeiro período, e no primeiro portão, nomeadamente, e, cento e setenta e sete dias.
20 E no tempo de seu andamento durante três meses ela aparece trinta dias cada, e durante mais três meses ela aparece vinte e nove dias cada.
21 À noite ela aparece a cada vinte dias como a face de um homem, e no dia como o céu; pois ela não é nada além de sua luz.


Capítulo 78


1 E então, meu filho Matusalém, eu te mostrei tudo; e o relato de toda ordenança das estrelas do céu está terminado.
2 Ele mostrou-me todo decreto com respeito a elas, o que toma lugar em todos os tempos e em todas as estações sob cada influência, em todos os anos, na chegada e sob a regra de cada, durante cada mês e a cada semana. Ele mostrou-me também o decréscimo da lua, que é efetuada no sexto portão; pois naquele sexto portão sua luz é consumida.
3 From this é o começo do mês; e seu decréscimo é efetuado no sexto portão em seu período, até cento e setenta e sete dias são completados; de acordo com o modo do cálculo pelas semanas, vinte e cinco semanas e dois dias.
4 Seus períodos são menos que os do sól, de acordo com a regra das estrelas, por cinco dias em meio ano (84) precisamente.
Em meio ano. Literalmente "em um tempo" (Laurence, p. 110).
5 Quando aquela sua visível situação é completada. Assim é o aparecimento e a semelhança de toda luminária, que Uriel, o grande anjo que as conduz, mostrou-me.


Capítulo 79


1 Naqueles dias Uriel respondeu-me e disse: “Eis, eu mostrei-te todas as coisas, ó Enoque;
2 E todas as coisas eu te revelei. Você viu o sol, a lua, e aqueles que conduzem as estrelas do céu, que ocasionam todas as suas operações, estações, e chegadas para retorno.
3 Nos dias dos pecadores os anos serão encurtados.
4 Sua semente será retroagida em seu prolífico solo; e tudo o que é feito na terra será subvertido, e desaparecerá em suas estações. A chuva será restringida, e o céu ainda permanecerá.
5 Naqueles dias os frutos da terra serão tardios, e não florescerão na sua estação; e em sua estação os frutos das árvores serão retidos.
6 A lua mudará suas leis, e não será vista em seu período. Mas naqueles dias o céu será visto; e esterilidade tomará lugar nas fronteiras das grandes carruagens no oeste. O céu brilhará mais do que quando iluminado por ordem da luz; enquanto muitos chefes entre as estrelas de autoridade errarão, pervertendo seus caminhos e obras.
7 Elas não aparecerão na sua estação, que lhes foi ordenada, e todas as classes de estrelas serão fechadas contra os pecadores.
8 Os pensamentos daqueles que habitam na terra transgredirão dentro deles; e eles se perverterão em todos os seus caminhos.

9 Eles transgredirão, e considerarão a si mesmos deuses; enquanto que o mal se multiplicará entre eles.
10 E castigo virá sobre eles, para que todos eles sejam destruídos.


Capítulo 80


1 Ele disse: “Ó Enoque, olha no livro que o céu tem gradualmente derramado; e, lendo o que está escrito nele, entenda toda parte dele.
2 Então eu olhei em tudo o que está escrito, e entendi tudo, lendo o livro e todas as coisas escritas nele, e entendi tudo, todas as obras do homem;
3 E de todos os filhos da carne sobre a terra, durante as gerações do mundo.
4 Imediatamente depois eu vi o Senhor, o Rei da glória, o qual tem assim para sempre formado toda a obra do mundo.
5 E eu glorifiquei o Senhor, por conta de sua longanimidade e bênçãos para com os filhos do mundo.
6 Naquele tempo eu disse: Abençoado é o homem que morre justo e bom, contra quem nenhuma relação de crime foi escrita, e em quem iniquidade não é encontrada.
7 Então aqueles três santos fizeram com que eu me aproximasse, e colocaram-me na terra, diante da porta da minha casa.
8 E eles disseram-me: Explica tudo a Matusalém, teu filho; e informa a todos os teus filhos, que nenhuma carne será justificada diante do Senhor; pois Ele é seu Criador.
9 Durante um ano nós te deixaremos com teus filhos, até que tenhas novamente retomado suas forças, para que possas instruir tua família, escrever estas coisas e explicá-las aos teus filhos. Mas em outro ano tu serás tomado do meio deles; e seus corações serão fortalecidos; pois os eleitos apontarão retidão para os eleitos; os justos com os justos se regozijarão, congratulando-se uns com os outros, mas os pecadores com os pecadores morrerão,
10 E os pervertidos com os pervertidos serão afogados.
11 Aqueles que também agiram retamente morrerão por conta das obras dos homens, e serão reunidos por causa das obras dos iníquos.
12 Naqueles dias eles terminaram de conversar comigo.
13 E eu retornei para meus companheiros, abençoando o Senhor dos mundos.


Capítulo 81


1 Agora, meu filho Matusalém, todas estas coisas eu te falei, e te escrevi. A ti eu revelei tudo, e te dei os livros de tudo.
2 Preserve, meu filho Matusalém, os livros escritos por teu pai; para que possas revelá-los às futuras gerações.
3 Eu tenho dado a ti sabedoria, aos teus filhos e à tua posteridade, para que eles possam revelar aos seus filhos, por gerações para sempre, esta sabedoria em suas palavras; e para que aqueles que compreendem não durmam, mas ouçam com seus ouvidos; para que eles possam aprender sabedoria, e sejam considerados dignos de comer esta saudável comida.
4 Abençoados são todos os justos, abençoados são todos os que andam em retidão, nos quais crime não é encontrado, como nos pecadores, quando todos os seus dias são contados.
5 Com respeito ao progresso do sol no céu, ele entra e sai de cada portão por trinta dias, com os líderes de milhares de estrelas; com quatro que são adicionadas, e aparecem nos quatro quartos do ano, os quais conduzem-nos, e acompanham-nos em seus quatro períodos.
6 Com respeito a eles, os homens erram grandemente, e não calculam-nos nos cálculos de cada era; pois eles grandemente erram com respeito a eles; menos os homens conhecem acuradamente o que eles são no cálculo do ano. Mas certamente eles são marcados a menos para sempre; um no primeiro portão, um no terceiro, um no quarto, e um no sexto:
7 Para que o ano esteja completo em trezentos e sessenta e quatro dias.
8 Verdadeiramente tem sido declarado, e acuradamente tem sido calculado o que está marcado; pois as luminárias, os meses, os períodos fixados, os anos, e os dias, Uriel explicou a mim, e comunicou a mim; a quem o Senhor de toda criação, por consideração de mim, ordenou, (de acordo com o poder do céu, e o poder que ele possui tanto de dia quanto de noite) para explicar as leis da luz ao homem, do sol, da lua, e das estrelas, e de todo o poder do céu, que está voltado em suas respectivas órbitas.
9 Esta é a ordenança das estrelas, que se põem em seus lugares, em suas estações, em seus períodos, em seus dias, e em seus meses.
10 Estes são os nomes daqueles que as conduzem, que vigiam e entram em suas estações de acordo com suas ordenanças e seus períodos, em seus meses, nos tempos de sua influência, e em suas estações.
11 Quatro condutores deles entram primeiro, os quais separam os quatro quartos do ano. Depois destes, doze condutores de suas classes, que separam os meses e o ano em trezentos e sessenta e quatro dias, com os líderes de mil, os quais distinguem entre os dias, tanto quanto entre os quatro adicionais; os quais, como condutores, dividem os quatro quartos do ano.
12 Estes líderes de mil estão no meio dos condutores, e aos condutores são adicionados atrás de sua estação, e seus condutores fazem a separação. Estes são os nomes dos condutores, os quais separam os quatro quartos do ano, os quais são escolhidos sobre eles: Melkel, Helammelak,
13 Meliyal, e Narel.
14 E os nomes dos que conduzem-nos são Adnarel, Jyasusal, e Jyelumeal.
15 Estes são os três que seguem os condutores das classes de estrelas; cada um seguindo os três condutores de classes, os quais seguem aqueles condutores das estações, que dividem os quatro quartos do ano.
16 Na primeira parte do ano levanta-se e governa Melkyas, que é chamado Tamani, e Zahay. (87)
Tamani, e Zahay. Ou, "o sol do sul" (Knibb, p. 190).
17 Todos os dias de sua influência, durante os quais ele governa, são noventa e um dias.
18 E estes são os sinais dos dias que são vistos sobre a terra. Nos dias de sua influência há transpiração, calor e dificuldade. Todas as árvores se tornam frutíferas; as folhas de cada árvore aparecem; o milho é colhido; a rosa e todas as espécies de flores florescem no campo; e as árvores do inverno são secadas.
19 Estes são os nomes dos condutores que estão sob eles: Barkel, Zelsabel; e outro condutor adicional de mil é chamado Heloyalef, os dias de cuja influência têm sido completados. O outro condutor depois deles é Helemmelek, cujo nome eles chamam o esplêndido Zahay. (88)
Zahay. Ou, "sol" (Knibb, p. 191).
20 Todos os dias de sua luz são noventa e um dias.
21 Estes são os sinais dos dias sobre a terra, calor e seca; enquanto as árvores dão seus frutos, aquecidas e preparadas, e dão seus frutos para seca.
22 Os rebanhos seguem e criam (89) todos os frutos da terra são colhidos, com tudo nos campos, e as vinhas são pisadas. Isto acontece durante o tempo de sua influência.
Seguem e criam. Acasalam e dão filhos.
23 Estes são seus nomes e ordens, e os nomes dos condutores que estão sob eles, dos que são chefes de mil: Gedaeyal, Keel, Heel.
24 E o nome do líder adicional de mil é Asphael.
25 Os dias de sua influência foram completados.


Capítulo 82


1 E agora te mostrei, meu filho Matusalém, toda visão que eu vi antes de você nascer. Eu relatarei outra visão, que eu vi antes que eu fosse casado; elas assemelham-se uma à outra.
2 A primeira foi quando eu estava aprendendo de um livro; e a outra eu estava casado com tua mãe. Eu vi uma potente visão;
3 E por conta destas coisas eu supliquei ao Senhor.
4 Eu estava deitado na casa de meu avô Malalel, quando eu vi numa visão o céu se purificando, e sendo arrebatado.
5 E caindo na terra, eu vi igualmente a terra sendo absorvida por um grande abismo; e montanhas suspendidas sobre montanhas.
6 Montanhas foram afundadas sobre colinas, árvores imponentes planaram sobre seus troncos, e estavam no ato de serem projetadas, e de serem arremessadas para o abismo.
7 Estando alarmado por estas coisas, minha voz hesitou. Eu clamei e disse: “A terra é destruída.” Então meu avô Malalel levantou e disse-me: “Por que clamas, meu filho? E por que lamentas?”
8 Eu relatei a ele toda a visão que eu havia visto. Ele disse-me: “Confirmado está o que tu tens visto, meu filho;
9 E potente a visão do teu sonho com respeito a todo pecado secreto da terra. Sua substância será submersa no abismo, e grande destruição acontecerá.
10 Agora, meu filho, levanta; e suplica ao Senhor da glória (pois tu és fiel), para que um remanescente possa ser deixado sobre a terra, e que ele possa não destruí-lo totalmente. Meu filho, toda esta calamidade sobre a terra descerá do céu; sobre a terra haverá grande destruição.”
11 Então eu levantei, orei, e implorei; e escrevi minha oração para as gerações do mundo, explicando tudo ao meu filho Matusalém.
12 Quando eu desci abaixo, e olhando para o céu, vi o sol vindo do leste, a lua descendo do oeste, e algumas estrelas espalhadas, e tudo o que Deus tem conhecido desde o princípio, eu abençoei o Senhor do julgamento, e magnificuei-o: porque ele tem enviado o sol dos aposentos do leste; para que, ascendendo e levantando na face do céu, possa crescer e seguir o caminho que foi apontado para ele.


Capítulo 83


1 Eu elevei minhas mãos em retidão, e abençoei o santo, e o Grande. Eu falei com o sopro da minha boca, e com a língua da carne, que Deus havia formado para todos os filhos dos homens mortais, para que eles possam falar; dando-lhes fôlego, boca, e língua para conversar.
2 Abençoado és tu, Ó Senhor, o Rei, grande e poderoso em sua grandeza, Senhor de toda criatura do céu, Rei dos reis, Deus de todo o mundo, cujo reinado, e cujo reino e majestade duram para sempre e sempre.
3 De geração a geração teu domínio existirá. Todos os céus são teu trono para sempre, e toda a terra o escabelo de teus pés para sempre e sempre.
4 Pois tu os fizeste, e sobre todos reinas. Nenhum ato excede teu poder. Com tua sabedoria és imutável, nem do teu trono, nem de tua presença ela nunca se desvia. Tu sabes todas as coisas, vês e ouves-as; nada se esconde de ti; pois tu percebes todas as coisas.
5 Os anjos de teus céus transgrediram, e em carne mortal tua ira permanece, até o dia do grande julgamento.
6 Então, Ó Deus, Senhor e poderoso Rei, eu imploro-te, e suplico-te que respondas minha oração, para que uma posteridade me possa ser deixada na terra, e que toda a raça humana não pereça;
7 Para que a terra não seja deixada destituída, e destruição tome lugar para sempre.
8 Ó meu Senhor, que pereça da terra a raça que tem te ofendido, mas que uma justa e reta raça estabeleças por uma posteridade para sempre. Não escondas tua face, ó Senhor, da oração do teu servo.


Capítulo 84


1 Depois disto eu vi outro sonho, e expliquei-o todo a ti, meu filho. Enoque levantou e disse a seu filho Matusalém: “A ti, meu filho, eu falarei. Ouve minha palavra, e inclina teu ouvido ao sonho visionário de teu pai. Antes que eu tivesse casado com Edna, tua mãe, eu vi uma visão em minha cama;
2 Esta segunda visão de Enoque parece representar em linguagem simbólica a história completa do mundo desde o tempo de Adão até o julgamento final e o estabelecimento do Reinado Messiânico.
3 E vi uma vaca crescer da terra;
4 E esta vaca era branca.

5 Depois disso, uma heifer (novilha) fêmea cresceu; e com ela outra heifer: um deles era negro, e outro era vermelho.
6 O heifer negro então golpeou o vermelho, e o perseguiu sobre a terra.
7 Daquele tempo em diante eu não pude ver nada mais a respeito do heifer vermelho; mas o negro aumentou de tamanho, e uma heifer fêmea veio com ele.
8 Depois disto eu vi muitas vacas procederem, reunindo-se a ele, e seguindo após ele.
9 A primeira jovem fêmea também saiu da presença da primeira vaca; e procurou o heifer vermelho, mas não o encontrou.
10 E ela lamentou com grande lamentação, enquanto ela procurava por ele.
11 Então eu olhei até que aquela primeira vaca veio até ela, e desse tempo em diante, ela se tornou silente, e cessou de lamentar.
12 Depois disso ela pariu outra vaca branca.
13 E novamente pariu muitas vacas e heifers negros.
14 Em meu sonho eu também percebi um touro branco, o qual de igual maneira cresceu, e se tornou um grande touro branco.
15 Depois dele muitas vacas brancas vieram, se juntando a ele.

16 E eles começaram a parir muitas outras vacas brancas, que se assemelharam a eles e seguiram umas às outras.


Capítulo 85


1 Novamente eu olhei atentamente, enquanto dormia, e examinei o céu acima.
2 E vi uma estrela cair do céu.
3 A qual, estando levantada, comeu e fugiu de entre aquelas vacas.
4 Depois disso eu vi outras grandes vacas negras; e vi todas elas mudarem suas baias e pastagens, onde seus jovens começaram a lamentar um com o outro.
5 Novamente eu vi em minha visão, e examinei o céu; então vi muitas estrelas descendo, e projetando-se do céu para onde a primeira estrela estava,
6 No meio destes jovens; enquanto as vacas estavam com eles, alimentando-se no meio deles.
7 Eu olhei e observei-os; quando olhei, eles todos agiram segundo a maneira dos cavalos, e começaram a se aproximar das vacas novas, e todas elas ficaram prenhes, e geraram elefantes, camelos e asnos.
8 Nisto todas as vacas ficaram alarmadas e apavoradas; quando elas começaram a morder com seis dentes, tragando e golpeando com seus chifres.
9 Elas começaram também a devorar as vacas; e vi todos os filhos da terra tremerem, chocados com o terror deles, e de repente fugiram.


Capítulo 86


1 Novamente eu percebi-os, quando eles começaram a morder e devorar um ao outro; e a terra clamou. Então eu levantei meus olhos uma segunda vez em direção ao céu, e vi numa visão que, eis que vieram do céu como se fosse a semelhança de homens brancos. Um veio de lá, e três com ele.
2 Aqueles três, que vieram por último, pegaram-me pela minha mão; e ergueram-me das gerações da terra, elevaram-me a uma alta estação.
3 Então eles mostraram-me uma elevada torre na terra, enquanto todo monte tornou-se diminuído. E eles disseram: Permanece aqui, até que percebas o que virá sobre esses elefantes, camelos, e asnos, sobre as estrelas, e sobre as vacas.


Capítulo 87


1 Então eu olhei para um dos quatro homens brancos, que veio primeiro.
2 Ele segurou a primeira estrela que caiu do céu.
3 E amarrando-a, mãos e pés, lançou-a a um vale; um vale estreito, profundo, estupendo e escuro.
4 Então um deles puxou sua espada, e deu-a aos elefantes, camelos, e asnos, que começaram a morder uns aos outros. E toda a terra tremeu por causa deles.
5 E enquanto eu via a visão, eis que um daqueles quatro anjos que vieram, lançado do céu, reuniu e tocou todas as grandes estrelas, cuja forma assemelha-se parcialmente à dos cavalos; e amarrando-os todos, mãos e pés, lançou-as nas cavidades da terra.


Capítulo 88


1 Então um daqueles quatro foi para as vacas brancas, e ensinou a elas um mistério. Enquanto as vacas estavam tremendo, ele nasceu e tornou-se um homem,
2 e fabricou para si um grande barco. Nele ele habitou, e três vacas habitaram com ele naquele barco, que os cobriu.
(Noé, Sem, Cam e Jafé)

3 Novamente eu elevei meus olhos para o céu, e vi um imponente telhado. Acima dele havia sete cataratas, que derramavam numa certa vila muita água.
4 Novamente eu olhei, e vi que haviam fontes abertas na terra naquela grande vila.
5 A água começou a ferver, e elevar-se sobre a terra; de modo que a vila não foi vista, enquanto todo o solo foi coberto com água.
6 Muita água saiu dela, escuridão e nuvens. Então examinei a altura desta água, e ela estava elevada acima da vila.
7 Ela fluiu sobre a vila, e ficou mais alta do que a terra.
8 Então todas as vacas que estavam juntas lá, enquanto eu olhava para elas, foram submersas, tragadas, e destruídas na água.
9 Mas o barco flutuou sobre ela. Todas as vacas, os elefantes, os camelos, e os asnos foram afogados na terra, e todo gado. Eu não pude vê-los. Nem eles foram capazes de fugir, mas pereceram, e afundaram no abismo.
10 Novamente eu vi numa missão até que aquelas cataratas foram removidas daquele elevado telhado, e as fontes da terra se tornaram equalizadas, enquanto outros abismos foram abertos;
11 para os quais as águas começaram a descer, até a terra seca aparecer.
12 O barco permaneceu na terra; a escuridão retrocedeu; e se tornou luz.
13 Então a vaca branca, que se tornou um homem, saiu do barco, e três vacas com ele.
14 Uma das três vacas era branca, assemelhando-se àquela vaca; uma delas era vermelha como sangue; e uma delas era negra. E a vaca branca deixou-as.
15 Então feras selvagens e pássaros começaram a surgir.
16 De todos esses tipos diferentes reuniram-se: leões, tigres, lobos, cães, javalis selvagens, raposas, coelhos, e o hanzar.
17 O siset, o avest, o papagaio, o phonkas, e corvos.
18 Então a vaca branca nasceu no meio deles.
(Abraão)
19 E eles começaram a morder uns aos outros, enquanto a vaca branca, que havia nascido no meio deles, trouxe um asno selvagem e uma vaca branca ao mesmo tempo e depois daquele muitos asnos selvagens.
20 Aquele porco selvagem também deu muitos suínos.
21 E aquele cordeiro deu doze cordeiros.
(Os doze patriarcas)
22 Quando aqueles doze cordeiros cresceram, eles entregaram um deles
aos asnos.
(José, os midianitas)
23 Novamente aqueles asnos entregaram aquele cordeiro aos lobos,
(Os egípcios)
24 E ele cresceu no meio deles.
25 Então o Senhor trouxe as outras doze ovelhas, para que pudessem habitar e alimentar-se com ele no meio dos lobos.
26 Eles multiplicaram-se, e houve abundância de pastos para eles.
27 Mas os lobos começaram a ficar amedrontados e oprimiram-nos enquanto destruíam seus jovens.
28 E eles deixaram seus jovens em torrentes de água profunda.
29 Então as ovelhas começaram a clamar por causa de seus filhos, e fugiram para refugiar-se em seu Senhor. Um, entretanto, que foi salvo, escapou e foi para os asnos selvagens.
(Moisés)
30 Eu vi a ovelha gemendo, chorando, e implorando ao seu Senhor.
31 Com todo o seu poder, até que o Senhor das ovelhas desceu à sua voz da sua elevada habitação; foi a eles; e examinou-as.
32 Ele chamou aquela ovelha que foi secretamente furtada dos lobos, e disse-lhe para fazer os lobos entenderem que eles não deviam tocar as ovelhas.
33 Então aquela ovelha foi aos lobos com a palavra do Senhor, quando outro o encontrou, e continuou com ele.
(Aarão)
34 Ambos entraram juntos na habitação dos lobos; e conversando com eles fizeram-nos entender que, daí em diante, eles não deviam tocar nas ovelhas.
35 Depois disso eu percebi os lobos prevalecendo grandemente sobre as ovelhas com toda a sua força. O rebanho clamou; e seu Senhor veio até eles.
36 Ele começou a ferir os lobos, que começaram uma grave lamentação; mas as ovelhas ficaram silentes, nem naquele tempo elas clamaram.
37 Então eu olhei para elas, até que elas se apartaram dos lobos. Os olhos dos lobos estavam cegos, os quais saíram e seguiram-nas com todo o seu poder. Mas o Senhor das ovelhas continuou com elas, e conduziu-as.
38 Todo o seu rebanho o seguiu.
39 Seu semblante ficou terrível e esplêndido, e glorioso era seu aspecto. Então os lobos começaram a seguir as ovelhas, até que eles as alcançaram num certo lago de água.
(O Mar Vermelho)
40 Então aquele lago ficou dividido; a água erguendo-se em ambos os lados diante de sua face.
41 E enquanto seu Senhor estava conduzindo-as, ele colocou-se entre elas e os lobos.
42 Os lobos, entretanto, não perceberam as ovelhas, mas foram no meio do lago, seguindo-as, e correndo atrás delas no lago de água.
43 Mas quando eles viram o Senhor das ovelhas, eles voltaram para fugir de diante de sua face.
44 Então a água do lago retornou, e repentinamente, de acordo com sua natureza, tornou-se cheia, e levantou-se, até que cobriu os lobos. E eu vi que todos eles que haviam seguido as ovelhas pereceram e foram afogados.
45 Mas as ovelhas passaram sobre esta água, continuando para o deserto, que estava sem água e grama. E eles começaram a abrir seus olhos e a ver.
46 Então vi o Senhor das ovelhas examinando-as, e dando-lhes água e grama.
47 As ovelhas já mencionadas continuavam com elas, e conduzindo-as.
48 E quando ele tinha subido ao topo de uma alta rocha, o Senhor das ovelhas enviou-o a elas.
49 Depois disso eu vi seu Senhor colocado diante delas, com um aspecto terrível e severo.
50 E quando elas o viram, ficaram amedrontadas com seu semblante.
51 Todas ficaram alarmadas, e tremeram. Elas clamaram para aquela ovelha; e para aquela outra ovelha que estava com ele, e que estava no meio delas, dizendo: Nós somos capazes de permanecer diante do nosso Senhor, ou de olhar para ele?
52 Então aquela ovelha que os conduziu saiu, e subiu ao topo da rocha;
53 enquanto as ovelhas que restaram começaram a ficar cegas, e a vagar pelo caminho que ele lhes havia mostrado; mas ele não o soube.
54 Seu Senhor, entretanto, estava movido de grande indignação contra elas; e quando aquela ovelha soube o que havia acontecido,
55 ele desceu do topo da rocha, e veio a elas, descobriu que havia muitos,
56 que se tornaram cegos;
57 e tinham desviado de seu caminho. Tão logo elas o viram, temeram, e tremeram na sua presença;
58 e ficaram desejosas de retornar ao seu rebanho,
59 então aquela ovelha, tomando consigo outra ovelha, foi àquelas que tinham se perdido.
60 E depois disso começou a matá-las. Elas ficaram aflitas ao seu semblante. Então ele fez com que aqueles que tinham se desviado retornassem; os quais voltaram para seu rebanho.
61 Eu vi também que aquela ovelha se tornou um homem, construiu uma casa para o Senhor do rebanho, e fez todos eles ficarem na casa.
(Uma casa = um tabernáculo)
62 Eu vi também que aquela ovelha que procedeu a encontrar esta ovelha, seu condutor, morreu. Eu vi também que toda grande ovelha pereceu, enquanto que as menores subiram em seu lugar, entraram num pasto, e aproximaram-se de um rio de água.
(O rio Jordão)
63 Então aquela ovelha, seu condutor, que se tornou um homem, foi separado delas, e morreu.
64 Todo o rebanho procurou por ele, e clamou por ele com amarga lamentação.
65 Eu vi também que elas cessaram de clamar por aquela ovelha e passaram sobre o rio de água.
66 E que lá se levantou outra ovelha, todas as quais as conduziu, em vez daqueles que foram mortos, os quais tinham previamente conduzido-as.
(Os juízes de Israel)
67 Então eu vi que aquela ovelha entrou em um agradável lugar, um deleitável e glorioso território.
68 Eu vi também que elas ficaram satisfeitas; que sua casa estava no meio daquele deleitável território; e que algumas vezes seus olhos estavam abertos, e que algumas vezes ficavam cegas; até que outra ovelha levantou-se e conduziu-as. Ele trouxe-os todos de volta; e seus olhos foram abertos.
(Samuel)
69 Então cães, lobos, e javalis selvagens devoraram-nos, até que novamente outra ovelha levantou-se, o mestre do rebanho; um deles mesmos, um carneiro, para conduzi-los. Este carneiro começou a golpear em todo lado aqueles cães, lobos, javalis selvagens, até que todos eles pereceram.
(Saul)
70 Seus olhos, e vi o carneiro no meio deles, os quais tinham deixado de lado sua glória.
71 E ele começou a ferir o rebanho, pisando sobre eles, e comportando-se sem dignidade.
72 Então seu Senhor enviou a antiga ovelha novamente para uma outra diferente ovelha, e levantou-o para ser um carneiro, e para conduzi-las no lugar daquela ovelha que tinha deixado de lado sua glória.
(Davi)
73 Indo então a ele, e conversando com ele só, ele levantou o carneiro, e fez dele um príncipe e líder do rebanho. Todo o tempo aqueles cães aborreceram a ovelha,
(Os filisteus)
74 O primeiro carneiro pagou respeito a este último carneiro.
75 Então o último carneiro levantou e fugiu de diante de sua face. E eu vi que aqueles cães fizeram o primeiro carneiro cair.
76 Mas o último carneiro levantou, e conduziu o carneiro menor.
77 Aquele carneiro também gerou muitas ovelhas, e morreu.
78 Então houve uma ovelha menor, um carneiro, no lugar dele, que tornou-se um príncipe e líder, conduzindo o rebanho.
(Salomão)
79 E a ovelha aumentou de tamanho, e multiplicou.
80 E todos os cães, lobos, e javalis selvagens temeram, e fugiram dele.
81 Aquele carneiro também golpeou e matou todas as feras, de modo que eles não pudessem novamente prevalecer no meio das ovelhas, nem em nenhum tempo arrebatar-lhes.
82 E aquela casa foi feita grande e larga; uma imponente torre sendo construída sobre ela pelas ovelhas, para o Senhor das ovelhas.
83 A casa era baixa, mas a torre era elevada e muito alta.
84 Então o Senhor das ovelhas colocou-se sobre a torre, e causou uma mesa cheia aproximar-se diante dele.
85 Novamente eu vi que aquela ovelha perdeu-se, e foi para vários caminhos, esquecendo-se daquela sua casa;
86 E que seu Senhor chamou alguns entre eles, os quais ele enviou a eles.
(Os profetas)
87 Mas a estes as ovelhas começaram a matar. E quando um deles foi salvo da matança, ele saltou, e clamou contra aqueles que estavam desejosos de matá-los.
(Elias)
88 Mas o Senhor das ovelhas livrou-o das suas mãos, e o fez subir a ele, e permanecer com ele.
89 Ele enviou muitos outros a elas, para testificar, e com lamentações para clamar contra eles.
90 Novamente eu vi, quando alguns deles esqueceram a casa do seu Senhor, e sua torre, vagando em todos os lugares, e crescendo cegos,
91 Eu vi que o Senhor das ovelhas fez uma grande matança entre eles em suas pastagens, até que eles clamaram a ele em consequência da matança. Então ele apartou-as do lugar de sua habitação, e os deixou no poder dos leões, tigres, lobos, e das hienas,
92 e ao poder das raposas, e de todo animal.
93 Então os animais selvagens começaram a despedaçá-los.
94 Eu vi, também, que eles esqueceram a casa de seus pais, e sua torre, dando-os todos ao poder dos leões para despedaçá-los e devorá-los; até ao poder de todo animal.
95 Então comecei a clamar com todo meu poder, implorando ao Senhor das ovelhas, e mostrando-lhe como as ovelhas eram devoradas por todos os animais de rapina.
96 Mas ele olhou em silêncio, regozijando-se de que elas fossem devoradas, engolidas, e levadas; e deixando-as ao poder de todo animal para comida. Ele chamou também setenta pastores, e designou-os ao cuidado das ovelhas, para que eles possam cuidar delas;
97 dizendo a eles e aos seus associados: Todos vós, de agora em diante, cuideis das ovelhas, e a todos eu ordeno; fazei; e eu os entrego para as enumerarem.
98 Eu vos direi qual delas serão mortas; a estas destruí. E ele entregou as ovelhas a eles.
99 Então ele chamou a outro, e disse: Entende, e cuida de tudo o que os pastores farão a estas ovelhas; pois muitas delas perecerão depois que eu ordenei.
100 De todo excesso e matança que os pastores cometerão, haverá uma conta; como, quantas pereceram pelo meu comando, e quantas eles destruíram por sua própria cabeça.
101 De toda destruição trazida por cada um dos pastores haverá uma contagem; e de acordo com o número eu farei com que um recital seja feito diante de mim, quantas eles destruíram por suas próprias cabeças, e quantas eles entregaram à destruição, para que eu possa ter esse testemunho contra eles; para que eu possa saber todos os seus procedimentos; e que, entregando as ovelhas a eles, eu possa ver o que eles farão; se agirão como eu lhes ordenei, ou não.
102 Disto, portanto, eles serão ignorantes; nem farás qualquer explanação


Capítulo 89


  1. E eu observei durante o tempo que trinta e sete (123) pastores estiveram inspecionando, todos os quais terminaram em seus respectivos períodos como o primeiro. Outros então receberam-nos em suas mãos, para que pudessem cuidar delas em seus respectivos períodos, cada pastor em seu próprio período.
    Trinta e sete — um aparente erro para trinta e cinco (veja verso 7). Os reis de Judá e Israel (Laurence, p. 139).

  2. Depois disso, eu vi na visão que todos os pássaros do céu chegaram: águias, o viveiro, o papagaio e corvos. A água instruiu a todos.

  3. Eles começaram a devorar as ovelhas, a picar seus olhos e a comer seus corpos.

  4. A ovelha então clamou, pois seus corpos foram devorados pelos pássaros.

  5. Eu também clamei e gemi em meu sono contra os pastores que cuidavam do rebanho.

  6. E olhei enquanto as ovelhas eram comidas pelos cães, pelas águias e pelos corvos. Eles não deixaram seus corpos, nem sua pele, nem seus músculos; somente seus ossos restaram, até que seus ossos caíram sobre o chão. E a ovelha ficou diminuída.

  7. Eu também observei durante o tempo que vinte e três pastores (124) estavam cuidando, os quais completaram seus respectivos períodos, cinquenta e oito períodos.
    Os reis da Babilônia, etc., durante e depois do cativeiro. O número de trinta e cinco e vinte e três somam cinquenta e oito; e não trinta e sete, como erroneamente é colocado no primeiro verso (Laurence, p. 139).

  8. Então pequenos cordeiros nasceram daquela ovelha branca, que começaram a abrir seus olhos e a ver, chorando pela ovelha.

  9. A ovelha, porém, não clamou a eles, nem ouviu o que eles lhe diziam, mas ficou muda, cega e obstinada em maior intensidade.

  10. Eu vi na visão que corvos voaram sobre aqueles cordeiros;

  11. Que eles agarraram-nos; seguraram um deles, rasgaram a ovelha em pedaços, e os devoraram.

  12. Eu vi também que chifres cresceram nos cordeiros, e que os corvos pousaram sobre seus chifres.

  13. Eu vi também que um grande chifre brotou num animal entre as ovelhas, e que seus olhos estavam abertos.

  14. Ele olhou para elas. Seus olhos estavam bem abertos, e ele clamava para elas.

  15. Então o dabela (125) viu-o; todos eles correram para ele.
    Dabela: o ibex, provavelmente simbolizando Alexandre o Grande (Laurence, p. 140).

  16. E enquanto isso, todas as águias, os corvos e os papagaios ainda voavam sobre a ovelha, devorando-a. A ovelha ficou em silêncio, mas a dabela lamentou e chorou.

  17. Então os corvos contenderam e lutaram com ela.

  18. Eles desejaram entre si quebrar seu chifre, mas não prevaleceram contra ele.

  19. Eu olhei para eles, até que os pastores, as águias, o avest e os papagaios vieram,

  20. os quais clamaram aos corvos para quebrar o chifre do dabela; para contender com ele e matá-lo. Mas ele lutou com eles e clamou para que ajuda pudesse vir a ele.

  21. Então eu percebi que o homem que escreveu os nomes dos pastores veio, e subiu diante do Senhor das ovelhas.

  22. Ele trouxe assistentes, e fez com que cada um os visse descendo para ajudar o dabela.

  23. Eu percebi também que o Senhor das ovelhas veio a elas com ira, enquanto todos aqueles que o viram fugiram; todos caíram em seu tabernáculo diante de sua face; enquanto todas as águias, os corvos e papagaios se reuniram e trouxeram com eles todas as ovelhas do campo.

  24. Todos vieram juntos e impediram que quebrassem o chifre do dabela.

  25. Então eu vi aquele homem que escreveu o livro, à palavra do Senhor, abrir o livro da destruição — daquela destruição que os últimos doze pastores (126) perpetraram; e apontou diante do Senhor das ovelhas, para que eles destruíssem mais do que aqueles que os precederam.
    Os príncipes nativos de Judá depois de sua libertação do cativeiro sírio.

  26. Eu vi também que o Senhor das ovelhas veio a elas, e, tomando em sua mão o cetro de sua ira, prendeu-o na terra, que se dividiu ao meio; enquanto todos os animais e pássaros do céu caíram sobre as ovelhas e afundaram na terra, que se fechou sobre eles.

  27. Eu vi também que uma grande espada foi dada às ovelhas, que saíram contra todos os animais do campo para matá-los.

  28. Mas todos os animais e pássaros do céu fugiram de diante de sua face.

  29. E eu vi um trono erguido numa terra deleitável;

  30. sobre ele assentava-se o Senhor das ovelhas, o qual recebeu todos os livros selados;

  31. os quais foram abertos diante dele.

  32. Então o Senhor chamou os primeiros sete brancos, e ordenou que trouxessem diante dele a primeira de todas as estrelas, a qual precedeu as estrelas que se assemelhavam parcialmente à forma de cavalos; a primeira estrela, que caiu primeiro; e eles trouxeram-na diante dele.

  33. E ele falou ao homem que escreveu em sua presença, o qual era um dos sete brancos, dizendo:
    “Toma aqueles setenta pastores, aos quais eu entreguei as ovelhas, e que, recebendo-as, mataram mais delas do que eu ordenei. Eis que eu os vi todos amarrados, em pé diante dele.”
    Primeiro veio o julgamento das estrelas, que sendo julgadas e consideradas culpadas foram para o lugar da punição. Elas foram confiadas a um lugar profundo, e cheio de chamas, de pilares de fogo. Então os setenta pastores foram julgados, considerados culpados, e confiados às chamas do abismo.

  34. Neste tempo igualmente eu vi que o abismo estava aberto no meio da terra, e que estava cheio de fogo.

  35. E a ele foram trazidas as ovelhas cegas; as quais, sendo julgadas e consideradas culpadas, foram todas confiadas àquele abismo de fogo na terra, e queimaram.

  36. O abismo ficava à direita daquela casa.

  37. E eu vi as ovelhas queimando, e seus ossos sendo consumidos.

  38. Eu fiquei olhando-os imergir naquela antiga casa, enquanto eles trouxeram seus pilares, cada planta nela, e o marfim envolvendo-a. Eles trouxeram-no para fora, e depositaram-no no lugar ao lado direito da terra.

  39. Eu também vi que o Senhor das ovelhas produziu uma nova casa, grande e mais elevada do que a anterior, a qual ele ligou com o antigo lugar circular.
    Todos os seus pilares eram novos, e seu mármore novo, também mais abundante do que o antigo mármore que ele havia trazido.

  40. E enquanto todas as ovelhas que foram deixadas no meio dela, todos os animais da terra, e todas as aves do céu prostraram-se e adoraram-no, implorando a ele e obedecendo-o em tudo.

  41. Então aqueles três, que estavam vestidos de branco, e que, segurando-me pela minha mão, antes me fizeram subir, enquanto a mão daquele que falava comigo me segurava, colocaram-me no meio das ovelhas, antes que o julgamento acontecesse.

  42. A ovelha era toda branca, com lã longa e pura. Então todas as que tinham perecido e tinham sido destruídas, todo animal do campo, e toda ave do céu, reuniram-se naquela casa; enquanto o Senhor das ovelhas regozijou-se com grande alegria, porque todas estavam bem e tinham voltado novamente para sua habitação.

  43. E eu vi que elas abaixaram a espada que havia sido dada às ovelhas, e retornaram à sua casa, selando-a na presença do Senhor.

  44. Todas as ovelhas haviam sido fechadas naquela casa, que foi capaz de contê-las; e os olhos de todas foram abertos, contemplando o Bondozo; não houve entre elas quem não o viu.

  45. Eu igualmente percebi que a casa era grande, larga e extremamente cheia. Eu vi também que a vaca branca havia nascido, cujos chifres eram grandes; e que todos os animais do campo, e todas as aves do céu estavam alarmados com ele, e imploraram a ele todas as vezes.

  46. Então eu vi que a natureza deles foi mudada, e que eles se tornaram vacas brancas;

  47. E que o primeiro, o qual estava no meio deles, falou, quando aquela palavra tornou-se (127) um grande animal, sobre cuja cabeça havia grandes chifres negros;
    “Falou, quando aquela palavra…” Ou “era um touro selvagem, e aquele touro selvagem era…” (Knibb, p. 216).

  48. Enquanto o Senhor das ovelhas regozijou-se por causa delas e de todas as vacas.

  49. Eu caí no meio deles; eu acordei; e vi o todo. Esta é a visão que eu vi, descendo e despertando. Então eu abençoei o Senhor da justiça, e dei glória a Ele.

  50. Depois disso, eu chorei abundantemente; não cessaram minhas lágrimas, de modo que eu tornei-me incapaz de suportá-las. Enquanto eu estava olhando, elas fluíram por causa do que eu vi; pois tudo estava vindo e indo; cada circunstância individual com respeito à conduta da humanidade que estava sendo vista por mim.

  51. Naquela noite, eu relembrei meus sonhos anteriores; e então chorei e me afligi por causa do que eu tinha visto na visão.


Capítulo 90


  1. E agora, meu filho Matusalém, chama para mim todos os teus irmãos, e reúne para mim todos os filhos de tua mãe; pois uma voz me chama, e o espírito está colocado sobre mim para que eu possa mostrar-te tudo o que te acontecerá para sempre.

  2. Então Matusalém foi, chamou todos os seus irmãos e reuniu seus filhos.

  3. E, conversando com todos os seus filhos na verdade,

  4. Enoque disse: Ouve, meu filho, toda palavra de teu pai, e escuta com honradez a voz da minha boca; pois eu gostaria de obter tua atenção, enquanto me dirijo a ti. Meu amado, estejas ligado à integridade, e anda nela.

  5. Não te aproximes da integridade com um coração duplo; nem te associes a homens com mente dupla; mas anda, meu filho, em retidão, a qual te conduzirá em bons caminhos; e seja a verdade a tua companhia.

  6. Pois eu sei que opressão existirá e prevalecerá na terra; que no fim grande punição na terra acontecerá; e que haverá uma consumação de toda iniquidade, que será cortada com suas raízes, e toda estrutura que se levantou passará. Iniquidade, entretanto, será renovada novamente, e consumida na terra. Todo ato de crime, e todo ato de opressão e impiedade serão abraçados uma segunda vez.

  7. Quando então a iniquidade, pecado, blasfêmia, tirania, e toda má obra aumentarem, e quando transgressão, impiedade e impureza também aumentarem, então sobre eles toda grande punição será infligida desde o céu.

  8. O santo Senhor irá em ira, e sobre eles toda grande punição do céu será infligida.

  9. O santo Senhor sairá em ira, e com punição, para que possa executar julgamento sobre a terra.

  10. Naqueles dias, opressão será cortada em suas raízes, e iniquidade com fraude será erradicada, perecendo de sob o céu.

  11. Todo lugar de força (128) será rodeado com seus habitantes; com fogo ele será queimado. Eles serão trazidos de toda parte da terra, e serão lançados num julgamento de fogo. Eles perecerão em ira, e por um julgamento dominarão para sempre.
    Todo lugar de força. Ou, "todos os ídolos das nações" (Knibb, p. 218).

  12. Retidão se levantará do descanso; e sabedoria se levantará, e será conferida sobre eles.

  13. Então as raízes da iniquidade serão cortadas; pecadores perecerão pela espada; e blasfemadores serão aniquilados em todos os lugares.

  14. Aqueles que meditam opressão, e aqueles que blasfemam, pela espada perecerão.

  15. E agora, meu filho, eu descreverei e mostrarei a ti o caminho da retidão e o caminho da opressão.

  16. Eu novamente os apontarei para ti, para que possas saber o que está por vir.

  17. Ouve agora, meu filho, e anda no caminho da retidão, mas evita aquele da opressão; pois todo o que anda no caminho da iniquidade perecerá para sempre.



Capítulo 91

  1. Aquilo que foi escrito por Enoque. Ele escreveu toda esta instrução de sabedoria para todo homem de dignidade, e todo juiz da terra; para todos os meus filhos que habitarão sobre a terra, e para subsequentes gerações, conduzindo-se elevada e pacificamente.

  2. Não deixes que teu espírito seja afligido por causa dos tempos; pois o santo, o Grande, prescreveu um período para tudo.

  3. Deixa que os homens justos se levantem do sonho, deixa-os levantar, e prossiga no caminho da retidão, em todos os seus caminhos; e deixa-os avançar em bondade e eterna clemência. Misericórdia será mostrada aos homens justos; sobre eles serão conferidos integridade e poder para sempre. Em bondade e retidão eles existirão, andarão em eterna luz; mas pecado perecerá em eterna escuridão, nem será visto daquele tempo em diante eternamente.


Capítulo 92 (continuação)


  1. Depois disso, na sexta semana, todos aqueles que existirem nela serão escurecidos, os corações de todos eles estarão esquecidos da sabedoria, e nela um Homem (135) se levantará e virá.
    O Messias no fim do sexto Milênio.

  2. E durante sua conclusão, Ele queimará a casa do domínio com fogo, e toda a raça da raiz eleita será dispersa. (136)
    A destruição de Jerusalém e o desembolso daqueles que habitam naquela terra no fim do sexto (e no começo do sétimo) Milênio.

  3. Depois disso, na sétima semana, uma geração perversa se levantará; abundantes serão seus feitos, e todos os seus feitos perversos. Durante sua conclusão, os justos serão selecionados dentre a eterna semente da justiça eterna; e a eles será dado o sevenfold da doutrina de sua criação.

  4. Depois haverá outra semana, a oitava, (137) da retidão, para a qual será dada uma espada para executar julgamento e justiça sobre todos os opressores.
    O começo do oitavo Milênio.

  5. Os pecadores serão entregues nas mãos dos justos, os quais durante sua conclusão adquirirão habitações para sua retidão; e a casa do grande Rei será estabelecida para celebrações para sempre. Depois disso, na nona semana, o julgamento da retidão será revelado para todo o mundo.

  6. Toda obra de maldade desaparecerá de toda terra; o mundo será marcado para a destruição; e todos os homens estarão atentos ao caminho da integridade.

  7. E depois disso, no sétimo dia da décima semana, haverá um eterno julgamento, que será executado sobre os Sentinelas; e um eterno céu espaçoso brotará no meio dos anjos.

  8. O antigo céu se apartará e passará; um novo céu aparecerá; e os poderes celestiais brilharão com esplendor para sempre. Depois, igualmente haverá muitas semanas, que existirão em extrema bondade e retidão.

  9. O pecado nem será nomeado lá para sempre e sempre.

  10. Quem haverá lá, de todos os filhos dos homens, capaz de ouvir a voz do Santo sem emoção?

  11. Quem haverá, capaz de pensar seus próprios pensamentos? Quem será capaz de contemplar toda a obra do céu? Quem compreenderá os feitos do céu?

  12. Ele poderá ver sua animação, mas não seu espírito. Ele pode ser capaz de conversar a respeito dele, mas não de subir a ele. Ele poderá ver todas as fronteiras destas coisas, e meditar sobre elas; mas ele não pode fazer nada igual a elas.

  13. Qual, de todos os homens, é capaz de entender a largura e o comprimento da terra?

  14. Por quem têm sido vistas as dimensões de todas estas coisas? Todo homem que é capaz de compreender a extensão do céu; qual é a sua elevação, e pelo que ele é apoiado?

  15. Quais são os números das estrelas; e onde todas as luminárias ficam no descanso?


Capítulo 93


  1. E agora, deixa-me exortar-te, meu filho, a amar a retidão e a andar nela; pois os caminhos da retidão são dignos de aceitação; mas os caminhos da iniquidade repentinamente falharão, e serão diminuídos.

  2. Aos homens de note em sua geração, os caminhos da opressão e morte são revelados; mas eles se mantêm longe deles.

  3. Agora, também, deixa-me exortar aqueles que são justos, para que não andem nos caminhos do mal e da opressão, nem nos caminhos da morte. Não se aproximem deles, para que não pereças, mas desejes.

  4. E escolhei para vós mesmos a retidão, e boa vida.

  5. Andai nos caminhos da paz, para que andeis, e sejais encontrados dignos. Retenhais minhas palavras em vossos pensamentos secretos, e não as obliterem de vossos corações; pois eu sei que os pecadores aconselham os homens a cometer crimes astuciosamente. Eles não se encontram em todo lugar, nem todo conselho possui um pouco deles.

  6. Ai daqueles que constroem iniquidade e opressão, e lançam o fundamento da fraude; pois repentinamente eles são subvertidos, e nunca obtêm paz.

  7. Ai daqueles que constroem suas casas de crime; pois de suas próprias fundações suas casas serão demolidas, e pela espada eles mesmos cairão. Aqueles, também, que adquirem ouro e prata, justamente e repentinamente perecerão. Ai de ti, que és rico, pois em tua riqueza confiaste; mas serás removido de tuas riquezas, porque não te lembraste do Altíssimo nos dias de tua prosperidade.

  8. Tu tens cometido blasfêmia e iniquidade, e estás destinado ao dia da efusão de sangue, ao dia da escuridão, e ao dia do grande julgamento.

  9. Isto eu declaro e aponto a ti, que aquele que te criou te destruirá.

  10. Quando tu caires, ele não te mostrará misericórdia; mas teu Criador se regozijará em tua destruição.

  11. Deixem aqueles, então, que serão retos entre vós naqueles dias, detestem os pecadores e os mundanos.


Capítulo 94


  1. Oh, que meus olhos estejam nublados de água, para que eu possa chorar sobre ti, e derramar minhas lágrimas como um rio, e descansar da tristeza do meu coração!

  2. Quem te permitiu irar e transgredir? Julgamento te surpreenderá, ó pecadores.

  3. Os justos não temerão os iníquos; porque Deus os trará novamente com seu poder, para que possa vingar-se deles de acordo com seu prazer.

  4. Ai de vós que estarão tão presos por execrações, para que não possais ser soltos delas; o remédio estando longe de ser removido de ti por causa dos teus pecados. Ai de vós que recompensais vossos vizinhos com o mal; pois sereis recompensados de acordo com vossas obras.

  5. Ai de vós, falsas testemunhas, vós que provocais e agravais a iniquidade; pois perecereis repentinamente.

  6. Ai de vós, pecadores, pois rejeitais os justos; pois recebereis ou rejeitareis por prazer aqueles que cometem iniquidade; e seu jugo prevalecerá sobre vós.


Capítulo 95


  1. Aguardai em esperança, vós, justos; pois os pecadores perecerão diante de vós, e exercereis domínio sobre eles, de acordo com vosso prazer.

  2. No dia dos sofrimentos dos pecadores, vossa descendência será alçada e elevada como águias. Vossos ninhos serão mais exaltados do que os da águia; tu subirás e entrarás nas cavidades da terra, e fendas das rochas para sempre, como os conies, da vista dos mundanos;

  3. Os quais gemerão sobre vós, e chorarão como as sirenes.

  4. Tu não temerás aqueles que te aborrecem; pois a restauração será tua; a esplêndida luz brilhará ao redor de ti, e a voz da tranquilidade será ouvida do céu. Ai de vós, pecadores; pois vossa riqueza vos faz assemelhar aos santos, mas vossos corações vos reprovam, sabendo que sois pecadores. Vossas palavras testificarão contra vós, como lembrança do crime.

  5. Ai de vós que se alimentam sobre a glória do milho, e bebem da força da mais profunda fonte, e no orgulho do seu poder pisam nos humildes.

  6. Ai de vós que tomam água por deleite; pois repentinamente sereis recompensados, consumidos, e murchareis, porque esquecestes da fundação da vida.

  7. Ai de vós que agem iniquamente, fraudulosamente, e em blasfêmia; lá haverá uma lembrança contra vós por mal.

  8. Ai de vós, poderosos, que com poder ferem a justiça, pois o dia de vossa destruição virá; enquanto naquele mesmo tempo muitos e bons dias serão a porção dos justos, mesmo no tempo do vosso julgamento.


Capítulo 96


  1. Os justos estão confiantes que os pecadores serão desgraçados, e perecerão no dia da iniquidade.

  2. Vós estareis cônscios dele; pois o Altíssimo vos lembrará de vossa destruição, e os anjos regozijarão sobre ela. O que farão os pecadores? E para onde fugireis no dia do julgamento, quando ouvirdes as palavras da oração dos justos?

  3. Vós não sereis iguais àqueles que a esse respeito testemunham contra vós; vós sois associados a pecadores.

  4. Naqueles dias, as orações dos justos virão diante do Senhor. Quando o dia do vosso julgamento chegará; e toda circunstância de vossa iniquidade será relatada diante do Grande e do Santo.

  5. Vossas faces se cobrirão de vergonha; enquanto todo feito, fortalecido pelo crime, será rejeitado.

  6. Ai de vós, pecadores, que no meio do mar, e na terra seca, sois aqueles contra quem um mau testemunho existe. Ai de vós que desperdiçais prata e ouro, não obtidos em retidão, e dizem: Somos ricos, possuímos abundância, e temos adquirido tudo o que desejamos.

  7. Então faremos tudo o que estivermos dispostos a fazer, pois amontoaremos prata; nossos celeiros estarão repletos, e os chefes de nossas famílias serão como água transbordante.

  8. Como água a falsidade passará; pois tua riqueza não será permanente, mas repentinamente ascenderá de ti, porque toda ela tu a obtiveste iniquamente, e serás entregue à extrema maldição.

  9. E agora eu te juro, astutos, assim como simples; para que tu, frequentemente contemplando a terra, vós que sois homens vos vestis mais elegantemente que as mulheres casadas, e ambos, juntos, muito mais do que as solteiras, (138) em todos os lugares adornando-vos em majestade, em magnificência, em autoridade, e em prata; mas ouro, púrpura, honra, e saúde, riqueza, como a água, fluirá.
    Mais elegantemente que as mulheres casadas… as solteiras. Ou, "mais do que uma mulher e mais colorido (as vestimentas) que uma moça…" (Knibb, p. 230).

  10. Erudição, portanto, e sabedoria, não serão vossas. Assim eles perecerão, junto com suas riquezas, com toda a sua glória, e com suas honras;

  11. Enquanto com desgraça, com matança, e em extrema penúria, seus espíritos serão confiados à fornalha de fogo.

  12. Eu jurei a vós, pecadores, que nem montanha, nem colina foram ou serão serviçais (139) da mulher.
    Serviçal. Literalmente, "um servo". Talvez os abastecendo com tesouros para ornamentos (Laurence, p. 159).

  13. Nem dessa maneira o crime foi enviado a vós sobre a terra, mas os homens de sua própria cabeça o inventaram; e aqueles que a ele deram eficiência, serão grandemente execrados.

  14. Gravidez não será previamente infligida à mulher; mas por causa das obras de suas mãos, elas morrerão sem filhos.

  15. Eu jurei a vós, pecadores, pelo Santo e pelo Grande, que todas as vossas más obras serão divulgadas nos céus; e que nenhum de vossos atos opressivos será escondido e secreto.

  16. Não penseis em vossas mentes, nem digais em vossos corações, que todo crime não é manifestado e visto. No céu ele é diariamente escrito diante do Altíssimo. De agora em diante ele será manifestado; pois todo ato de opressão que vós cometerdes será diariamente registrado, até o momento da vossa condenação.

  17. Ai de vós, ingênuos, pois perecereis na vossa simplicidade. Ao sábio não ouvireis, e aquilo que é bom, não obterei.

  18. Agora, portanto, saibais que estais destinados ao dia da destruição; nem a esperança daqueles pecadores, viverá; mas com o passar do tempo morrereis; pois não sereis marcados para a redenção;

  19. Mas sois destinados para o dia do grande julgamento, para o dia de aflição, e a extrema ignomínia de vossas almas.

  20. Ai de vós, obstinados de coração, que cometem crimes, e vos alimentais de sangue. De onde é que vos alimentais de coisas boas, bebeis e estais satisfeitos? Não é porque nosso Senhor, o Altíssimo, tem suprido abundantemente toda boa coisa sobre a terra? A vós lá não haverá paz.

  21. Ai de vós que amam os atos de iniquidade. Por que esperais por aquilo que é bom? Sabei que sereis entregues nas mãos dos justos; os quais cortarão vossos pescoços, vos matarão, e não vos mostrarão compaixão.

  22. Ai de vós que vos regozijais no sofrimento dos íntegros; pois uma sepultura não será cavada para vós.

  23. Ai de vós que frustrais a palavra dos justos; pois para vós não haverá esperança de vida.

  24. Ai de vós que escreveis palavra de falsidade, e palavra de iniquidade; pois vossas falsidades serão lembradas, para que eles possam ouvir e não esquecer a loucura.

  25. A eles não haverá paz; mas eles por certo morrerão repentinamente.


Capítulo 97


  1. Ai daqueles que agem impiamente, que louvam e honram a palavra de falsidade. Vós tendes sucumbido na perdição; e nunca tendes levado uma vida virtuosa.

  2. Ai de vós que mudais as palavras de integridade. Eles transgridem contra o eterno decreto;
    Eles transgridem… o eterno decreto. Ou, "eles distorcem a lei eterna" (Knibb, p. 232).

  3. E fazem com que as cabeças daqueles que não são pecadores sejam pisadas sobre a terra.

  4. Naqueles dias vós, justos, tereis sido julgados dignos de ter vossas orações elevadas em lembrança; e elas serão depositadas em testemunho diante dos anjos, para que eles possam registrar os pecados dos pecadores na presença do Altíssimo.

  5. Naqueles dias as nações estarão subvertidas; mas as famílias das nações se levantarão novamente no dia da perdição.

  6. Naqueles dias aquelas que estiverem grávidas sairão, levarão seus filhos, e os abandonarão. Seus filhos fugirão delas, e enquanto as amamentam, eles as esquecerão; eles nunca retornarão a elas, e elas nunca instruirão seus bem amados.

  7. Novamente eu juro a vós, pecadores, que crimes têm sido preparados para o dia de sangue, que nunca cessam.

  8. Eles adorarão às pedras, e ao ouro gravado, à prata, e às imagens de madeira. Eles adorarão espíritos impuros, demônios, e todo ídolo, nos templos; mas nenhuma ajuda será obtida por eles. Seus corações se tornarão ímpios por causa de sua loucura, e seus olhos estarão cegos com superstição mental.
    Superstição mental. Literalmente, "com o temor de seus corações" (Laurence, p. 162).

  9. Mas naqueles dias serão abençoados aqueles a quem a palavra de sabedoria é entregue; o qual aponta e procura o caminho do Altíssimo; o qual anda no caminho da retidão, e não age impiamente com os ímpios.

  10. Eles serão salvos.

  11. Ai de vós que expandem o crime de vossos vizinhos; pois no inferno sereis mortos.

  12. Ai de vós que lançais a fundação do pecado e enganais, e sois amargos na terra; pois nela sereis consumidos.

  13. Ai de vós que constroem casas pelo labor dos outros, cada parte da qual é construída com tijolos e com a pedra do crime; eu digo-vos que não obtereis paz.

  14. Ai de vós que desprezais a prorrogação da eterna herança de vossos pais, enquanto vossas almas seguem atrás dos ídolos; pois para vós não haverá tranquilidade.

  15. Ai daqueles que cometem iniquidade, e dão ajuda à blasfêmia; que matam seus vizinhos até o dia do grande julgamento; pois vossa glória cairá; malevolência Ele colocará em vossos corações, e o espírito de ira vos incitará; para que cada um de vós pereça pela espada.

  16. Então os justos e os santos relembrarão vossos crimes.


Capítulo 98


  1. Naqueles dias os pais serão derrubados com seus filhos na presença uns dos outros; e os irmãos com seus irmãos cairão mortos: até que um rio fluirá de seu sangue.

  2. Pois um homem não conterá sua mão de seu filho, nem dos filhos dos seus filhos; sua misericórdia estará em matá-los.

  3. O pecador não conterá sua mão de seu irmão honrado. Desde o nascer do dia até o pôr do sol a matança continuará. O cavalo caminhará com dificuldade até à altura do seu peito, e a carruagem afundará até seu eixo no sangue dos pecadores.


Capítulo 99


  1. Naqueles dias os anjos descerão aos lugares de esconderijo, e reunirão em um lugar todos os que têm ajudado no crime.

  2. Naquele dia o Altíssimo se levantará para executar o grande julgamento sobre todos os pecadores, e para confiar a guarda de todos os justos e santos aos santos anjos, para que eles os protejam como à menina do olho, até que todo mal e todo crime seja aniquilado.

  3. Se os justos dormirem em segurança, ou não, homens sábios então verdadeiramente perceberão.

  4. E os filhos da terra entenderão toda palavra daquele livro, sabendo que suas riquezas não podem salvá-los da ruína de seus crimes.

  5. Ai de vós, pecadores, quando sereis afligidos por causa dos justos naquele dia da grande tribulação; sereis queimados no fogo; e recompensados de acordo com vossas obras.

  6. Ai de vós, perversos de coração, que estais cuidando para obter um acurado conhecimento do mal, e para descobrir terrores. Ninguém vos ajudará.

  7. Ai de vós, pecadores; pois com as palavras de vossas bocas, e com a obra de vossas mãos, tendes agido impiamente; na chama de um fogo ardente sereis queimados.

  8. E agora sabei que os anjos no céu inquirirão pela vossa conduta; do céu, da lua, e das estrelas, e eles inquirirão a respeito dos vossos pecados; pois sobre a terra vós exerceitareis jurisdição sobre os justos.

  9. Cada nuvem prestará testemunho contra vós, a neve, o orvalho, e a chuva; pois todos eles vos serão negados, para que não desçam sobre vós, nem se tornem subservientes aos vossos crimes.

  10. Agora então trazei presentes de salvação à chuva; para que, não sendo retida, ela possa descer sobre vós; e ao orvalho, se ele tiver recebido de vós ouro e prata. Mas quando a geada, a neve, o frio, todo vento nevado, e cada sofrimento que pertence a eles, cair sobre vós, naqueles dias sereis totalmente incapazes de permanecer diante deles.


Capítulo 100


  1. Considerai atentamente o céu, todos vós progênie do céu, e todas as obras do Altíssimo; temei-o, e não vos conduzais pecaminosamente diante dele.

  2. Se Ele fechar as janelas do céu, retendo a chuva e o orvalho, para que não desçam sobre a terra por causa de vós, o que fareis?

  3. E se Ele enviar ira sobre vós, e sobre todas as vossas obras, não sereis vós que podeis suplicar-lhe; vós que pronunciastes contra sua retidão, linguagem orgulhosa e potente. Para vós não haverá paz.

  4. Vós não vedes os comandantes dos navios, como seus barcos são arremessados contra as ondas, tornados em pedaços pelos ventos, e expostos aos maiores perigos?

  5. Que eles, portanto, tremam, porque toda sua propriedade está embarcada com eles no oceano; e que eles reprimam o mal em seus corações, porque ele pode engolí-los, e eles podem perecer nele?

  6. Não é todo o mar, todas as suas águas e toda a sua comoção, obra dele, o Altíssimo; dele que selou todas as suas extensões, e cingiu-o em todo lado com areia?

  7. À sua reprovação, não é ele secado, e alarmado; enquanto todos os seus peixes com tudo o que está contido nele morre? E vós, pecadores, que estão sobre a terra, não O temereis? Não é Ele o criador do céu e da terra, e de todas as coisas que neles estão?

  8. E quem deu erudição e sabedoria a tudo o que se move e progride sobre a terra, e sob o mar?

  9. Não ficam os comandantes do navio aterrorizados no oceano? E não ficarão aterrorizados os pecadores diante do Altíssimo?


📜  Capítulo 101

(Tradicionalmente considerado parte da “Epístola de Enoque” ou “Parábolas”)

  1. Observai os céus, filhos do céu, e todas as obras do Altíssimo.
    Temei-O e não vos conduzis de forma pecaminosa diante d’Ele.

  2. Se Ele fechar as janelas do céu, impedindo que a chuva e o orvalho caiam sobre a terra por vossa causa, o que fareis?

  3. E se Ele enviar Sua ira sobre vós e sobre todas as vossas obras, não sereis vós que clamareis a Ele com súplicas, vós que falastes contra a Sua justiça com palavras orgulhosas e arrogantes?
    Pois para vós não haverá paz.

  4. Não vedes os capitães dos navios como suas embarcações são sacudidas pelas ondas, destroçadas pelos ventos e colocadas em grande perigo?

  5. Por isso eles temem, pois toda a sua riqueza está sobre o mar com eles. E eles estão angustiados com seus corações maus, que o mar possa tragar tudo e eles perecerem.

  6. Acaso não foi o mar, com todas as suas águas turbulentas, criado por Ele, o Altíssimo?
    Ele o selou e o cercou com areia em todos os lados.

  7. À Sua repreensão o mar seca e apavora-se; e todos os seus peixes morrem junto com tudo o que nele há.
    Vós, pecadores que habitais sobre a terra, não O temereis?

  8. Não é Ele o Criador do céu e da terra, de todas as coisas neles contidas?

  9. Quem concedeu sabedoria e entendimento a todos os que se movem sobre a terra e no mar?

  10. Não ficam os comandantes do navio aterrorizados no oceano?
    E vós, pecadores, não ficareis aterrorizados diante do Altíssimo?

Capítulo 102


  1. Naqueles dias, quando Ele lançar a calamidade do fogo sobre vós, para onde fugireis, e onde estareis a salvo?

  2. E quando Ele enviar sua palavra contra vós, não sereis pulpados, e aterrorizados?

  3. Todas as luminárias estão agitadas com grande temor; e toda a terra é poupada, enquanto elas tremem, e sofrem ansiedade.

  4. Todos os anjos cumprem os mandamentos que receberam dele, e estão desejosos de se esconder da presença da Sua grande glória; enquanto as crianças da terra estão alarmadas e angustiadas.

  5. Mas vós, pecadores, sereis amaldiçoados para sempre; para vós não haverá paz.

  6. Não temais, alma dos justos; mas esperai com paciência pelo dia de vossa morte em retidão. Não vos aflijais porque vossas almas descem em grande sofrimento, com gemido, lamentação, tristeza, para o receptáculo dos mortos. No tempo da vossa vida, vossos corpos não receberam a recompensa na proporção da vossa bondade, mas no período da vossa existência os pecadores existiram; no período da execração e da punição.

  7. E quando tu morreres, os pecadores dirão com respeito a ti: “Como nós morremos, os justos morrem. Que proveito têm em suas obras? Eis que, igual a nós, eles expiram em tristeza e em escuridão. Que vantagem eles têm sobre nós? De hoje em diante nós somos iguais. O que haverá dentro do seu alcance, e diante de seus olhos para sempre?” Pois eis que eles estão mortos; e nunca verão a luz novamente.

  8. Eu vos digo, pecadores: Vós tendes estado satisfeitos com carne e bebida, com pilhagem humana e rapina, com pecado, com aquisição de riqueza e com a visão de bons dias.

  9. Não tendes observado os justos, como o seu fim é em paz? Pois nenhuma opressão é encontrada neles, mesmo no dia da sua morte. Eles perecem, como se não existissem, enquanto suas almas descem em tristeza ao receptáculo dos mortos.


Capítulo 103


  1. Mas agora eu juro a vós, justos, pela grandeza de seu esplendor e de sua glória; por seu ilustre reino e por sua majestade, a vós eu juro que eu compreendo este mistério; que eu leio a tábua do céu, tenho visto o registro dos santos, e tenho descoberto o que está escrito e impresso concernente a vós.

  2. Eu tenho visto que toda bondade, alegria e glória têm sido preparadas para vós, e tem sido escrito pelos espíritos daqueles que morrem eminentemente justos e bons. A vós será dado em retorno pelas vossas aflições; e vossa porção de alegria excederá em muito a porção dos vivos.

  3. Os espíritos dos que morreram em retidão existirão e se regozijarão. Vossos espíritos exultarão; e vossa lembrança estará diante da face do Poderoso de geração em geração. Eles então não temerão a desgraça.

  4. Ai de vós, pecadores, quando morrerdes em vossos pecados; e aqueles que são iguais a vós dirão com respeito a vós: “Abençoados são estes pecadores. Eles viveram todo o seu período; e agora morrem em alegria e em abundância. Angústia e matança eles não conheceram enquanto viviam; em honra eles morrem; nunca em sua vida o julgamento os surpreendeu.”

  5. Mas não tem sido mostrado a eles que, quando suas almas descerem ao receptáculo dos mortos, suas más obras se tornarão seu grande tormento? Em escuridão, em armadilha, e em chama, que queimará até o grande julgamento, seus espíritos entrarão; e o grande julgamento tomará efeito para sempre e sempre.

  6. Ai de vós; pois para vós não haverá paz. Nem podereis dizer aos justos e aos bons que vivem: “Nos dias da nossa aflição nós fomos afligidos; todo tipo de tristeza nós vimos, e muitas coisas más nós temos sofrido.”

  7. Nossos espíritos têm sido consumidos e diminuídos.

  8. Nós temos perecido; nem tem havido uma possibilidade de ajuda para nós em palavra ou em obra; nós não temos encontrado ajuda, mas temos sido atormentados e destruídos.

  9. Nós não temos esperado viver dia após dia.

  10. Nós esperamos certamente ter sido a cabeça;

  11. Mas temos nos tornado a cauda. Nós temos sido afligidos, quando temos nos esforçado; mas temos sido devorados pelos pecadores e mundanos; seu jugo tem sido pesado sobre nós.

  12. Eles têm exercido domínio sobre nós, a quem eles detestam, e nos aferraram; e aqueles que nos odeiam têm humilhado nosso pescoço; e eles não têm mostrado compaixão para conosco.

  13. Nós temos desejado escapar deles, para que possamos fugir e descansar; mas não temos encontrado lugar para onde possamos fugir, e estar seguros deles. Nós estivemos procurando um asilo com os príncipes em nossa angústia, e temos clamado àqueles que estão nos devorando; mas nosso clamor não tem sido considerado, nem estão eles dispostos a ouvir nossa voz;

  14. Mas antes, eles ajudam aqueles que saqueiam e nos devoram; aqueles que nos diminuem, e escondem sua opressão; os quais removem seu jugo de sobre nós, mas devoram, nos enfraquecem e nos matam; os quais escondem a matança, e não lembram que têm levantado suas mãos contra nós.


Capítulo 104


  1. Eu juro a vós, justos, que no céu os anjos registram vossa bondade diante da glória do Poderoso.

  2. Esperai com paciente esperança; pois antigamente fostes desgraçados com o mal e com aflição; mas agora brilhareis como as luminárias do céu. Vós sereis vistos, e os portões do céu estarão abertos para vós. Vossos clamores têm clamado por julgamento; e ele tem aparecido a vós; pois um registro de vossos sofrimentos será requerido dos príncipes, e de todos os que têm ajudado vossos saqueadores.

  3. Esperai com paciente esperança; não renuncieis à vossa confiança; pois grande alegria será a vossa; como aquela dos anjos no céu. Conduze-vos como podeis, ainda assim não estareis escondidos no dia do grande julgamento. Não sereis como os pecadores; e a eterna condenação estará longe de vós, enquanto o mundo existir.

  4. Então não temais, justos, quando virdes os pecadores florescendo e prósperos em seus caminhos.

  5. Não vos associeis a eles; mas mantende-vos distante de sua opressão; estai associados às hostes do céu. Vós, pecadores, dizeis: “Todas as nossas transgressões não serão tomadas em conta, e recordadas.” Mas todas as vossas transgressões serão recordadas diariamente.

  6. E está assegurado por mim, que luz e escuridão, dia e noite, verão todas as vossas transgressões. Não sejais ímpios em vossos pensamentos; não mintais; não rendais a palavra de honestidade; não mintais contra a palavra do Santo e Poderoso; não glorificai vossos ídolos; pois todas as vossas mentiras e toda vossa impiedade não é para retidão, mas para crime.

  7. Agora eu aponto um mistério: Muitos pecadores se voltarão e transgredirão contra a palavra de honestidade.

  8. Eles falarão coisas más; eles pronunciarão falacidade; executarão grandes empreendimentos; e comporão livros em suas próprias palavras. Mas quando eles escreverem todas as minhas palavras corretamente em suas próprias línguas,

  9. Eles não os mudarão ou os diminuirão; mas os escreverão todos corretamente; tudo o que desde o princípio eu tenho pronunciado concernente a eles.
    A despeito do mandamento de Enoque, seu livro foi muito certamente mudado e diminuído pelos últimos editores, embora estes fragmentos dele tenham sobrevivido.

  10. Outro mistério também eu aponto. Aos justos e aos sábios haverá livros de alegria, de integridade e de grande sabedoria. A eles livros serão dados, nos quais eles acreditarão;

  11. E nos quais eles se regozijarão. E todos os justos serão recompensados, os quais deles adquirirão conhecimento de todo caminho elevado.


Capítulo 104A


  1. Naqueles dias, diz o Senhor, eles chamarão aos filhos da terra, e os farão ouvir a sua sabedoria, lhes mostrarão que eles são seus líderes;

  2. E que remuneração tomará lugar sobre toda a terra; pois Eu e meu Filho para sempre manteremos comunhão com eles nos caminhos da retidão, enquanto eles estiverem em vida. A paz será deles. Regozijai, filhos da integridade, em verdade.


Capítulo 105


  1. Depois de um tempo, meu filho Matusalém tomou uma esposa para seu filho Lameque.

  2. Ela ficou grávida dele, e deu um filho, a carne do qual era tão branca quanto a neve, e vermelho como uma rosa; o cabelo de sua cabeça era branco como o algodão, e longo; e cujos olhos eram belos. Quando ele os abriu, ele iluminou toda a casa, como o sol; toda a casa abundou de luz.

  3. E quando ele foi tirado da mão da parteira, Lameque seu pai ficou assustado dele; e correndo veio ao seu próprio pai Matusalém e disse: “Eu gerei um filho, diferente dos outros filhos. Ele não é humano; mas, assemelhando-se à geração dos anjos do céu, é de uma natureza diferente dos nossos, sendo completamente diferente de nós.

  4. Seus olhos são brilhantes como os raios do sol; seu semblante é glorioso, e ele parece como se não pertencesse a mim, mas aos anjos.

  5. Eu estou temeroso de que algo miraculoso deva acontecer na terra nestes dias.

  6. E agora, meu pai, deixa-me pedir e requerer de ti ir ao nosso progenitor Enoque, e aprender dele a verdade; pois sua residência é com os anjos.”

  7. Quando Matusalém ouviu as palavras de seu filho, ele veio a mim nas extremidades da terra; pois ele estava informado de que eu estava lá: e ele chorou.

  8. Eu ouvi sua voz, e fui a ele dizendo: “Vê, eu estou aqui, meu filho; já que tu vieste a mim.”

  9. Ele respondeu e disse: “Por causa de um grande evento eu venho a ti; e por causa de uma visão difícil de ser compreendida eu me aproximei de ti.

  10. E agora, meu pai, ouve-me; pois ao meu filho Lameque um filho nasceu, o qual não se parece com ele; e cuja natureza não é igual à natureza do homem. Sua cor é mais branca que a neve; ele é mais vermelho que a rosa; o cabelo de sua cabeça é mais branco que a lã; seus olhos são iguais aos raios do sol; e quando ele os abriu ele iluminou toda a casa.

  11. Quando ele foi tomado da mão da parteira,

  12. Seu pai Lameque temeu, e fugiu para mim, não acreditando que a criança pertencesse a ele, mas que ele assemelhava-se aos anjos do céu. E eis que eu vim a ti para que possas me apontar a verdade.”

  13. Então eu, Enoque, respondi e disse: “O Senhor efetuará uma nova coisa sobre a terra. Isto eu tenho explicado, e visto numa visão. Eu tenho mostrado a ti que nas gerações de Jared meu pai, aqueles que estavam no céu desconsideraram a palavra do Senhor. Eis que eles cometeram crimes; deixaram de lado sua classe, e misturaram-se com mulheres. Com elas também eles transgrediram; casaram-se com elas e geraram filhos.”
    (Depois deste versículo, um papiro grego acrescenta: "os quais não são iguais aos seres espirituais, mas criaturas de carne" (Milik, p. 210).)

  14. Uma grande destruição, portanto, virá sobre toda a terra; um dilúvio, uma grande destruição, tomará lugar em um ano.

  15. Esta criança que nasceu ao teu filho sobreviverá na terra, e seus três filhos serão salvos com ele. Enquanto toda a humanidade que está na terra morrerá, ele estará a salvo.

  16. E sua posteridade procriará na terra os gigantes, não espirituais, mas carnais. Sobre a terra uma grande punição será infligida, e ela será lavada de toda corrupção. Agora, portanto, informa ao teu filho Lameque que aquele que é nascido é seu filho na verdade; e seu nome será chamado Noé, pois ele será um sobrevivente. Ele e seus filhos serão salvos da corrupção que tomará lugar no mundo; de todo o pecado e de toda a iniquidade que consumirá a terra em seus dias. Depois disso haverá uma impiedade maior do que aquela que antes havia se consumado na terra; pois eu estou familiarizado com santos mistérios, que o próprio Senhor descobriu e explicou a mim; e os quais eu li nas tábuas do céu.

  17. Nelas eu vi escrito, que geração após geração transgredirá, até que uma raça de justos se levantará; até que transgressão e crime desapareçam da face da terra; até que toda bondade venha sobre ela.

  18. E agora, meu filho, vai dizer ao teu filho Lameque;

  19. Que a criança que é nascida é na verdade seu filho; e que não há decepção.

  20. Quando Matusalém ouviu as palavras de seu pai Enoque, o qual lhe havia mostrado toda coisa secreta, ele retornou com entendimento, e chamou o nome da criança Noé; porque ele consolou a terra por causa de toda sua destruição.

  21. Outro livro, que Enoque escreveu para seu filho Matusalém, e para aqueles que deviam vir depois dele, e preservar sua pureza de conduta nos últimos dias. Tu, que tens trabalhado, esperará naqueles dias, até que os que praticam o mal sejam consumidos, e o poder do culpado seja aniquilado. Espera, até que passe o pecado; pois seus nomes serão apagados dos livros santos; sua semente seja destruída, e seus espíritos mortos. Eles clamarão e lamentarão na vastidão invisível, e no fogo sem fundo eles queimarão.
    (No fogo sem fundo eles queimarão. Literalmente "no fogo eles queimarão, onde ali não é terra" (Laurence, p. 178).)

  22. Então eu inquiri de um santo anjo que estava comigo e disse: “O que é esse esplêndido objeto? Pois não é céu, mas só uma chama de fogo que queima; e nela há o clamor de exclamação, de ai, e de grande sofrimento.”

  23. Ele disse: “Ali, àquele lugar que tu viste, serão confiados os espíritos dos pecadores e blasfemadores; daqueles que praticam o mal, e perverterão tudo o que Deus disse pela boca dos profetas; tudo o que eles deviam fazer. Pois com respeito a estas coisas ali haverá registros e serão impressos no céu, para que os anjos possam lê-las e saber o que acontecerá aos pecadores e aos espíritos dos humildes; àqueles que sofreram em seus corpos, mas têm sido recompensados por Deus; os quais têm sido injuriosamente tratados pelos homens iníquos; os quais têm amado a Deus, que não tem acumulado nem ouro nem prata, nem qualquer coisa no mundo, mas deram seus corpos ao tormento;

  24. A estes que no período de seu nascimento não têm estado cobiçosos de riquezas terrenas; mas têm se resguardado como um alento que passa.

  25. Tal tem sido sua conduta; em muito o Senhor os tem provado; e seus espíritos têm sido encontrados puros, para que eles possam abençoar Seu nome. Todas as suas bênçãos eu tenho relatado num livro; e Ele os tem recompensado; pois eles têm sido encontrados a amar o céu com uma eterna aspiração. Deus tem dito: Enquanto eles têm sido pisados por homens iníquos, eles têm ouvido deles insultos e blasfêmias; e têm sido ignominiosamente tratados, enquanto eles me abençoam. E agora eu chamarei os espíritos do bem da geração da luz, e mudarei aqueles que nasceram em escuridão; os quais não têm tido seus corpos recompensados em glória, como sua fé possa ter merecido.

  26. Eu os trarei para a esplêndida luz daqueles que amam meu santo nome: e Eu colocarei cada um deles em um trono de glória, da glória peculiarmente sua, e eles descansarão durante períodos inumeráveis. Retos são os julgamentos de Deus;

  27. Pois ao fiel ele dará fé nas habitações dos justos. Eles verão aqueles que têm nascido na escuridão, para a escuridão serão lançados; enquanto que os justos descansarão. Os pecadores clamarão, vendo-os, enquanto eles existem em esplendor e prosseguem em direção aos dias e períodos a eles prescritos.


FIM



Obs: Corrigido via iA(mantendo a originalidade do texto)

fonte:

livroxandria.com.br


Capitulo 11 e Capitulo 101 Extraídos do ChatGpt