A Rainha e o Espelho Mágico
Era uma vez uma rainha, que ao olhar pela janela do seu castelo enquanto bordava, desejou ter uma filha com a pele tão branca quanto a neve, os lábios vermelhos como sangue e os cabelos negros como ébano. Ela logo teve essa filha e a chamou de Branca de Neve, mas, infelizmente, a rainha morreu pouco depois de seu nascimento. O rei, viúvo e solitário, casou-se novamente com uma mulher muitíssimo vaidosa, que possuía um espelho mágico. Todos os dias, ela perguntava ao espelho:
— Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?
O espelho sempre respondia:
— Tu, minha rainha, és a mais bela de todas.
Mas, com o passar dos anos, Branca de Neve cresceu e se tornou uma jovem muito mais bela do que sua madrasta. Quando o espelho mágico foi perguntado, a resposta mudou:
— Tu, minha rainha, és bela, mas Branca de Neve é mil vezes mais bela do que tu!
A rainha, ao ouvir isso, ficou cheia de inveja e raiva. Ela não podia suportar a ideia de outra mulher mais bela do que ela. Movida pela inveja, ela ordenou ao seu caçador que levasse Branca de Neve para a floresta e a matasse.
O Caçador e a Floresta
O caçador levou Branca de Neve até a floresta. Quando ele viu a menina, tão pura e inocente, com os olhos cheios de medo e confiança, ele se comoveu profundamente. Ele não conseguiu cumprir a ordem da rainha e, em vez de matá-la, mandou-a embora, pedindo-lhe que fugisse para longe.
Branca de Neve correu pela floresta, perdida e desesperada. Após um longo tempo de busca, encontrou uma pequena casa, onde moravam sete anões que trabalhavam nas minas de diamantes. Quando Branca de Neve pediu abrigo, eles a receberam, mas avisaram:
— Não deixe ninguém entrar enquanto estivermos fora!
Ela obedeceu e ficou morando com os anões, mantendo a casa limpa e cuidando deles. Os anões, por sua vez, a amavam e a protegiam.
A Madrasta e o Espelho Mágico
Enquanto isso, a madrasta, ao consultar novamente o espelho, descobriu que Branca de Neve estava viva. Furiosa, ela planejou outro meio de matar a jovem. Disfarçada de velha senhora, ela foi até a casa dos anões e ofereceu a Branca de Neve uma fita de cabelo apertada, que estava envenenada. Branca de Neve, inocente, aceitou a fita e, ao colocá-la, caiu imediatamente em um sono profundo.
Quando os anões chegaram em casa, encontraram Branca de Neve caída e pensaram que ela estava morta. Eles a colocaram em um caixão de vidro e a velaram, sem saber como acordá-la.
O Príncipe e o Beijo Mágico
O príncipe, que havia se apaixonado por Branca de Neve quando a viu pela primeira vez, soube da tragédia e pediu aos anões que lhe entregassem o corpo de Branca de Neve. Ele a levou ao seu castelo, e, ao beijá-la, misteriosamente ela acordou. O beijo do príncipe quebrou o feitiço da maçã envenenada.
Branca de Neve contou ao príncipe o que havia acontecido, e o amor entre os dois floresceu.
A Vingança da Rainha Má
Quando a madrasta soube que Branca de Neve estava viva e se casara com o príncipe, ela ficou furiosa. Ela foi ao espelho novamente, que lhe disse:
— Tu, minha rainha, és bela, mas Branca de Neve é mil vezes mais bela que tu, e agora está casada com o príncipe.
A rainha, tomada por uma ira cega, foi levada a um destino cruel. O príncipe, preocupado com a segurança de Branca de Neve, soubera que a rainha má havia feito muito mal. Como punição por sua maldade e por todos os seus crimes, a rainha foi condenada a dançar com sapatos de ferro que estavam sendo aquecidos até ficarem incandescentes. Ela dançou até cair morta, sofrendo pela maldade que havia causado.
Com a morte da madrasta, Branca de Neve e o príncipe puderam finalmente se casar. Os sete anões continuaram a viver na floresta, cuidando da sua casa. Branca de Neve e o príncipe viveram felizes para sempre.
Moral da História
Essa versão mais sombria da história de Branca de Neve ensina a moral de que a inveja e o desejo de destruir os outros por pura vaidade podem ter consequências trágicas. A bondade e a pureza de Branca de Neve são premiadas, enquanto a maldade da rainha é punida de forma cruel e amarga.
Essa história traz à tona a severidade das punições na tradição dos contos dos Irmãos Grimm, onde vilões e maldosos frequentemente sofriam consequências extremas para suas ações. A beleza, a inocência e a bondade, por outro lado, sempre prevalecem no final.